sábado, 15 de junho de 2013


           O Círculo da Morte-Andrew Pyer




O Círculo da Morte, Andrew Pyper, Editorial Presença,2009, Lisboa.
Título original- The Killing Circle, 2008.

" Ocorre-me que posso ter enlouquecido desde que Sam saiu da cafetaria. Demência súbita.Tal explicaria esta incursão num campo de milho a meio da noite. Esta caçada a algo que provavelmente nunca existiu." (pág.15)

"Por cima da tabuleta, nas janelas do segundo andar, tremeluzem grossas velas.Se não me enganei a anotar o número, é ali que o Círculo de Kensington se vai reunir." (pág. 29)

"Quando chego à rua encaminho-me para a casa sem olhar para os outros uma  só vez e, dentro de mim, levo a convicção de que não voltarei aqui. Contudo, no preciso instante em que tal pensamento me ocorre,sei que vou voltar. Quer o Círculo de Kensington me possa ajudar a descobrir meu enredo, quer o enredo seja o próprio Círculo, tenho que saber como acaba." (pág. 37)

Quando li O Círculo da Morte, estava tal e qual o personagem: à beira de perder minha sanidade mental, e garanto-vos caros leitores, que é fácil fácil ultrapassar essa linha.
Lembro-me perfeitamente de estar deitada em minha cama, um frio de rachar lá fora, e diga-se de passagem, no interior dava para enregelar, no meu apartamentozito da Travessa do Taxa, em Braga já me encontrava de férias à espera do acerto da empresa para regressar ao Brasil, e lia freneticamente que era uma maneira de manter a mente ocupada, e o corpo quente sob o edredão de penas.
Como gosto imenso de ler e escrever, achei que a escolha desse livro tivesse sido acertada, posto que seu tema é justamente a escrita, o processo de criação por parte do autor.
O que eu não fazia ideia é que para além disso estaria a entrar num episódio da série Twinlight Zone e que fosse lá ficar presa mais do que supunha.
Basicamente a história é a de um pai, Patrick Rush, viúvo a cuidar do filho Sam, jornalista de profissão e deseja tornar-se escritor.
No entanto, logo no início do livro seu rebento desaparece em meio a um campo de milho ( que por sinal lembra o conto de King, Children of corn, salvo seja) e a partir daí o livro decorre em flash back onde vamos encontrar nosso personagem inscrevendo-se no Círculo de Kensington, um curso de oficina literária para aspirantes a escritores.
Da fauna exótica que forma o Círculo, destaca-se Angela, cujas histórias perturbadoras atraem a admiração de Patrick que se vê cada vez mais envolvido nas histórias escritas por ela.
Paralelamente a isto começam a ocorrer estranhos acontecimentos relacionados à história de Angela.
É aí então que o limite entre a ficção e a realidade começa a ficar a cada segundo mais tênue, a ponto de baralhar completamente o leitor.
Muito bem escrito, fluído, metalinguisticamente fabuloso, o texto dialoga o tempo todo com o leitor, e extrapola o que costumamos esperar de um thriller de suspense, é uma mistura de Stephen King, em por exemplo The Talisman ou The Dead Zone com o melhor suspense de...ora vejamos, Mons Kallentoft em sua fabulosa tetralogia iniciada por Midvinterblod (Sangue Vermelho em Campo de Neve "inverno").
Para quem já leu um ao menos um dos livros citados, sabe bem do que estamos a falar.
Altamente recomendável. Não se vão arrepender. 



sexta-feira, 14 de junho de 2013

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Leia-me Já!: Apéritif - Estreia Hannibal (TV)

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domingo, 9 de junho de 2013

                       

                     Carrie- Stephen King

                          

Carrie, Stephen King, Bertrand, 2008, Lisboa.
Título original- Carrie, 1974.

" A mente atuar sobre a matéria seja de que maneira for é um esforço terrível para o corpo" ( pág. 114)

Carrie, o primeiro livro escrito por Stephen King e do qual ele quis livrar-se, é um livro fantástico sobre uma menina ostracizada na escola, reprimida pela mãe, porém a seu favor tem a telecinesia, capacidade de deslocar objetos com a força da mente.
Carrie desperta a compaixão de Sue Snell, e convence seu namorado, Tommy, a levar a amiga ao bale de finalistas.
Sendo tratada com respeito e ternura, Carrie sente-se pela primeira vez uma rapariga normal, porém algo no baile vai correr muito muito mal e despertar toda a fúria contida em seu coração.
O que era para ser um alegre baile do liceu transformar-se-á num tenebroso massacre.
Massacre o qual tomará proporções aterrorizantes por toda a cidadezinha de Chamberlain....

Carrie, livro de estreia de Stephen King, é um dos melhores já escritos por ele, tem um grau de suspense crescente, é, ao mesmo tempo terno e assustador, a relação de Carrie com a mãe fanática religiosa, é poderosamente castradora.
Podemos ler o livro sob o ponto de vista do que hoje chamamos bullying, e analisar a maldade inerente nos jovens quando querem humilhar um colega ou amigo.
Contudo, no caso do livro, King acrescenta a este ato, por si só, horrível, o detalhe da telecinesia ou não seria Stephen King.
O livro foi adaptado para o cinema em 1976 por Brian de Palma e tornou-se um clássico da década.
Há um remake em andamento, mas sou um nadinha contra os remakes, a menos que sejam realmente bem feitos, melhor é deixar essa ideia de lado.
Como diz Sidney Prescott em Scream 4: regra número um dos remakes e franquias: não mexa com o original.