quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

The Raven soundtrack ( Burn My Shadow)



                              Filme do mês de Fevereiro


             The Raven - 2012-  
          James McTeigue
                                       
                   
 The Raven, 2012
  Realizador- James McTeigue
  Idioma- inglês
  Brasil- O Corvo
  Portugal- O Corvo
  Duração- 110 min, cores
  Atores/ Personagens Principais- John Cusack( Edgar Allan Poe), Alice Eve      (Emily Hamilton), Luke Evans (Detetive Fields), Sam Hazeldine (Ivan Reynolds)

Ora, este mês parece-me que o Hello Clarice vem abrindo algumas exceções, em primeiro lugar foi a primeira vez que houve uma postagem de um livro juvenil propriamente dito aqui no blog, e hoje, o filme do mês não é um clássico dos anos 70, 80 ou 90.
É um filme recente, do ano passado digno de nota por dois motivos, primeiramente por mérito próprio, é um bom filme; e segundo porque no mês de março vamos dar início ao Mês Edgar Allan Poe parte 1 ao longo do qual serão apresentados os principais trabalhos do autor, contos principalmente além do seu poema mais famoso, O Corvo.
Portanto, por assim dizer, o filme de hoje abre o tema Poe com chave de ouro.

O filme traz uma trama policial interessante, se calhar o próprio Poe a poderia ter escrito, embora o seu gênero fosse um nadinha mais macabro.
Mas sim, ele poderia tê-la escrito.
Além de trazer à baila os cinco últimos dias de Edgar Allan Poe em Baltimore, onde veio a falecer em 1849, o filme faz uma releitura dos contos principais de Poe, e confronta criador e criatura, como no clássico de Mary Shelley.
A reconstituição de época está bastante boa, a atmosfera sombria das noites frias frequentadas pelo escritor, as tabernas, o figurino, o fog, tudo bem direcionado a retratar a Baltimore de Poe em 1849 e o universo gótico do autor.
Alguns assassinatos começam a acontecer em Baltimore, a polícia pede a  ajuda do Detetive Fields, o qual logo na primeira cena do crime descobre algo que a polícia tinha deixado passar: como teria o assassino  fugido de um local fechado, cuja única saída seria uma janela da qual ele não poderia ter saído por se encontrar completamente fechada por dentro?
Uma mola...um parafuso a fazer de mola que impulsionava uma alavanca e a janela se abria como se fosse acionado um botão de abertura. Engenhoso...
O detetive Fields acha a cena do crime familiar porque.....é um leitor da obra de Poe e reconhece a história: Os crimes da Rua Morgue.
Pouco depois acontece outro crime, este ainda mais trágico que os leva literalmente ao conto O Poço e o Pêndulo.
Edgar Poe de passagem pela cidade é chamado à esquadra e Fields conta a ele sobre os crimes e faz a esperada pergunta: "Isto lhe soa familiar, Mr. Poe?"
A partir daí seguem-se outros crimes cada vez mais ousados e o rapto da futura noiva do escritor, Emily Hamilton em sua própria casa, na noite de um grandioso baile à moda de A Máscara da Morte Escarlate.
Edgar, Fields e a polícia são desafiados constantemente por meio de enigmas escritos ora nas cenas dos crimes ora enviados ao  próprio Edgar.
Uma das pistas deixadas pelo assassino os leva ao conto O Barril de Amontillado, e à conclusão de que ela se encontra, assim como Fortunato, enterrada viva.
Desesperado por encontrá-la Poe e a equipe percorrem as catacumbas de Baltimore mas encontram apenas uma nova pista.
Esta, sim, os vai confundir e separar, ferindo Fields e causando a morte de um oficial.
Desanimado e cada vez mais enterrado na bebida, Poe retorna a casa onde recebe o jornal The Patriot, para o qual escrevia sua última história intimado pelo próprio assassino,  e com ele, um bilhete molhado, pois havia chovido na noite anterior mas...o jornal estava seco!
Este pequeno detalhe leva Poe a crer que quem havia enviado o bilhete era alguém que já havia lido a história antes mesmo de ser publicada.
O bilhete eram as últimas palavras de Poe a Emily, e assim ele termina va sua história.
O confronto final entre Poe e o assassino é a melhor parte do filme, vemos aí o confronto entre o criador (Poe) e a criatura (o admirador que perdeu sua sanidade quando Poe deixou de publicar seus contos).
É um diálogo fabuloso e vale bem ser ouvido com atenção principalmente se for admirador de Poe.
Aliás, deve ser ouvido mais que uma vez posto que ele é uma metalinguagem entre os contos, seu autor, e leitor, ainda que este último tenha extrapolado o "ser leitor".
Recomendo a todos os leitores de Poe, e espero que tenham o mesmo prazer que eu tive ao ver e rever o filme, porque para mim foi uma segunda leitura dos contos do misterioso Edgar.
Que Deus tenha realmente ajudado sua pobre alma atormentada.

Nota- Seria interessante se, ao término do filme, vocês tivessem um pouco de paciência para verem o genérico que traz uma apresentação gráfica pra lá de interessante e a música idem.


Poe lendo o poema de Longfellow publicado ao invés do seu.





Poe e o detetive Fields à procura de Emily



O crime de O Poço e o Pêndulo
        


Edgar e Emily



                                                Um "cheirinho" da banda sonora...


   


                                                  Trailler Oficial-2012

                                 NO Café do Senhor Fernando






Well, filme escolhido é hora de passar pelo Café do Senhor Fernando e ver o que temos como sugestão para este filme:
Senhor Fernando sugere: Welsh Rarebit
Para beber, Senhor Fernando sugere uma boa dose de conhaque Napoleon, que,segundo ele Mr. Poe vai bem precisar, que a situação para o seu lado não vai nada bem.
Então bom filme e bom apetite!
Ê gato!!!!!!!!!

Welsh Rarebit-

200 g. de queijo Cheddar
2 cebolos cortados às rodelas
4-5 c. sopa de natas light 
1 gema de ovo
molho Worcestershire
1 c. de chá de mostarda
4 fatias de pão
Cebolos bebés para decorar.

1- Aqueça o grelhador, rale o queijo e misture-o com os cebolos cortados às rodelas, as natas, o ovo, o molho Worcestershire e a mostrada.
A mistura deve ficar ligada.

2- Grelhe o pão e divida a mistura de queijo igualmente entre as fatias.Grelhe até o queijo estar derretido e dourado.
Para servir, enfeite cada tosta com um cebolo bebé.












domingo, 24 de fevereiro de 2013



  Os Criminosos vieram para o chá- Stella Carr





Os Criminosos Vieram para o chá, Stella Carr, FTD,2001, São Paulo.

" Por isso, tanto faz que essa história se passe hoje como há muitos anos, porque as pessoas ainda se cruzam nas ruas e se cumprimentam com a mesma gentileza e educação dos filmes antigos em branco e preto, porque nenhuma construção tem menos de cem anos, e porque o crime ainda existe como nos tempos de Sherlock Holmes e Jack, o Estripador.(pág.9)

"O jardim da velha mansão era todo cercado por altos muros e os fundos que davam para o beco tinham à vista apenas um portão de ferro centenário, corroído pelo tempo e fechado por uma tranca enferrujada. Só quem chegasse ao fim da estreita ruela sem saída notaria a pequena entrada, sem uso, pela aparência, há pelo menos meio século." (pág. 19)

"A memória de Miss Penny falhou de novo. De repente seu rostinho murcho se iluminou:
- Gostaria de tomar chá comigo hoje no fim da tarde, meu jovem? Imagine que eu ia me esquecendo de convidá-lo para minha festa de aniversário.(pág.51)

"- Isto não é nenhuma novela policial de enigmas a serem decifrados, Mister Bibelô- repreendeu discretamente o inspetor.
- A mim, me parece que é.- respondeu o homenzinho.(pág 83)

Hoje, excepcionalmente, o Hello Clarice abre uma porta nova e diferente: pela primeira vez no blog estou postando um livro destinado aos mais jovens, todos que conhecem o blog, sabem que o conteúdo dele é adulto, tanto a literatura como os filmes e rubricas são de temática adulta ou quando muito para o jovem leitor mais maduro.
Porém este livro caiu-me nas mãos sexta feira passada, pelas mãos de uma aluna, eu o trouxe para casa, comecei a ler e apaixonei-me por ele.
Os Criminosos vieram para o Chá, é uma leitura deliciosamente encantadora, lembra imenso os livros de Agatha Christie os quais já li quase todos, tem um toque de mistério, um toque de dia de chuva e frio, quando podemos confortavelmente estar instalados em nossas casas e saborear suas páginas.
O livro ainda lembra, pelo menos a mim, filmes antigos de Sherlock Holmes, com o fog londrino por todo lado.
Os elementos do clássico policial de mistério estão lá presentes, muito bem colocados como se realmente fosse escrito por Agatha Chrisitie, tudo muito bem escrito, engendrado e com aquele toque de humor britânico que torna o livro leve, e pictórico.
Em Os Criminosos vieram para o chá, um roubo de jóias acontece numa noite fria na Inglaterra.
Três personagens são responsáveis pelo roubo instruídos por um terceiro homem misterioso.
O que era para ser um roubo simples e bem sucedido, passa a ser uma trama cheia de surpresas e volte face digna de um policial para adultos.
A galeria de personagens é tipicamente britânica e neles o leitor habituado com os clássicos policiais pode claramente rever: Miss Marple, Hercule Poirot, os caricatos inspetores da Scotland Yard.
Além do mais, a autora faz uma homenagem a Hitchcock, colocando o realizador que no livro é também personagem, nos pontos estratégicos da narrativa.
Stella Carr faz uma releitura dos filmes de Hitchcock e dos livros de Agatha Chrisitie.
Para saber mais sobre essa delícia de livro, só lendo mesmo e garanto, vocês nem vão sentir o tempo passar.
Altamente recomendável não só para os mais jovens, mas para todos os leitores adultos que querem reviver a forma como começaram a interessar-se pelo gênero policial.
Boa leitura!



Hello Pessoal, antes de mais queria deixar aqui um link para um blog interessante para quem gosta de Stephen King, é o Stephen King Brasil, onde podemos encontrar as resenhas dos livros de King, comentários sobre os filmes que foram produzidos baseados em seus livros, novidades e curiosidades.
Fica então a dica!


http://stephenking-brasil.blogspot.com.br/

domingo, 17 de fevereiro de 2013




O Enigma das Cartas Anónimas- Agatha Christie

O Enigma das Cartas Anónimas, Agatha Chrisitie, Asa,2002, Porto.
Título Original- The Moving Finger, 1943.

" Quando finalmente me tiraram o gesso, e os médicos me viraram do avesso à vontade, e as enfermeiras me persuadiram a usar os membros com prudência, e eu me senti nauseado por elas falarem comigo praticamente como se fala com um bebé, Marcus Kent disse-me que eu devia ir viver para o campo.
- Bom ar, uma vida calma,nada para fazer:é o que lhe receito. A sua irmã vai cuidar de si.Coma, durma e tente imitar o mais possível o reino vegetal." (pág.7)

"Há certas semelhanças entre todas essas cartas.Vou enumerá-las meus senhores, para o caso de elas lhes sugerirem alguma coisa."(pág.79)

"- E depois apunhalou-a na nuca e enfiou-a dentro do armário?Não é um trabalho pesado para uma mulher?"(pág.114)

Bem, paz e sossego e vida próxima de um vegetal é o que o pobre Jerry Burton não terá com certeza depois de instalar-se na pequena aldeia britânica de Lymstock....
A princípio, tudo parece calmo, mas a pequena localidade de Lymstock esconde alguns segredos que serão aos poucos revelados...
Seus moradores começam por receber cartas anónimas e o que a princípio parecia apenas um jogo de mau gosto, toma contornos mais graves quando uma das destinatárias se suicida.
Ora, eis que, de passagem pela aldeia, está nada mais nada menos que Miss Marple, que com seu jeito de quem nada quer e perspicácia para dar e vender vai acabar por desvendar o mistério.
Mas...quem estará a enviar as cartas? Um morador? Um psicopata? 
Para saberem, é ficar de olho no correio e ler este delicioso livro de preferência numa noite fria, sob o edredon, barriguinha cheia, numa pequena e simpática vila como por exemplo, Arcos de Valdevez.
Foi exatamente ali que comecei a ler esta edição, num fim  de semana em casa da Lena, depois de jantar com Céu, Isabel, Teresa, e claro, a Lena.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

   
       Livro dos Mortos- Patricia Cornwell

  
Livro dos Mortos, Patricia Cornwell, Companhia das Letras, 2010, São Paulo.
Título original- Book of the  death, 2007.

"O assassino, neste caso, desafia os precedentes e os perfis usuais. Ele os confunde. Até aciência se tornou uma fonte irritante de disputa- parece desafiá-los, mentir para eles, forçando Scarpetta e todos os demais a lembrar que a ciência nunca diz mentiras. Nunca comete erros. Nunca afasta deliberadamente alguém do caminho certo nem zomba de ninguém." (pág.18)

"Quer dizer que ele a forçou s ingerir álcool, talvez a tarde inteira, a noite toda,, até de manhãzinha, e ela estava tão apavorada que a comida não foi digerida? É isso que a senhora está oferecendo como explicação plausível?
- Já vi isso acontecer antes- responde Scarpetta." (pág.22)

Contrariando o último livro de Patricia Cornwell aqui postado, Causa Mortis, do qual gostei, mas não tanto, este retoma a linha de Lavoura de Corpos, Predador, Post Mortem, somente para citar alguns, nos quais a trama diabolicamente, por assim dizer ,truncada e inesperada fez deles romances inesquecíveis.E com certeza este também será.
Em LIvro dos Mortos, Scarpetta terá que passar por várias provações até encontrar a verdade sobre o caso da morte de Drew Martin, tenista, dezesseis anos, em Roma.
Este caso a levará a um sórdido labirinto de personagens verdadeiramente doentes e diabólicos como a velha doutora Self, a nova namorada de Marino Shandy, o próprio Marino completamente descontrolado a ponto de atacar Scarpetta, o agente funerário, o doutor Paulo Maroni, psiquiatra, cujo passado com a doutora Self será a chave para o mistério.
Todos os personagens estão a esconder algo importante neste caso tenebroso onde Will Rambo, o assassino, estrangulou e arrancou os olhos de Drew.
Ao contrário dos romances de Aghata Christie, nos quais os personagens sempre têm algo a esconder, como pequenas mentiras e segredos familiares, aqui, os segredos são sórdidos, as mentes desequilibradas, os personagens personificam o mal, como a doutora Self, e Shandy.
Vale à pena ler, mas preparem-se é preciso ter estômago, não por causadas mortes e autópsias, mas pelo lado negro das personagens.
E o que é pior, descobrir que elas realmente existem....

Nota: Nem tudo nesta narrativa é sordidez... como sempre, Kay Scarpetta faz uma pausa em algum restaurante, ou na sua própria cozinha é quando Patricia Cornwell nos brinda com ótimas escolhas feitas pela médica legista:

" Scarpetta toma um gole de um caríssimo Biondi Santi Brunello de 1996, que não é o vinho que teria escolhido, se tivesse sido consultada, e em geral ela é. Ela põe a taça de novo  na mesa sem tirar os olhos da foto junto a seu simples presunto de Parma com melão, que será seguido de robalo grelhado e por favas ao azeite de oliva. Quem sabe framboesas para a sobremesa, a menos que a conduta cada vez pior de Benton estrague seu apetite.E pode ser que consiga." (pág.32)

Dahmer: Arrest and crime scene

Dahmer: Arrest and crime scene


A investida da polícia retirando as evidências do apartamento.
Primeiras imagens

domingo, 3 de fevereiro de 2013


                           -ELES-
  Uma viagem aos recantos sombrios da mente humana



     Hoje o comboio faz uma paragem pela mente de


                                              JEFFREY DAHMER-1960-1994

  Jeffrey Dahmer,nasceu a 21 de maio de 1960(gêmeos) no condado de Milwaukee, filho de Lionel e Joyce Dahmer.
Foi um filho amado e seu nascimento foi bastante desejado pelos pais.
Teve uma infância normal,até os 10 anos de idade, foi quando ele começou suas experiências com animais mortos, decapitava roedores, pôs alvejante em ossos de frango e pendurou a cabeça de um cão em um poste.
Quando seus pais se separaram Jeffrey tinha então 18 anos e foi viver com o pai, que estava sempre fora.
Nesta altura, Jeffrey já bebia muito e dava sinais de um comportamento pouco sociável.
Conheceu sua primeira vítima em junho de 1978, Steven Hicks que pedia carona e o convidou para sua casa.
Depois de muita bebida e sexo, Steven precisava ir-se embora, mas nunca saiu com vida da casa a que fora convidado a entrar.
Dahmer  esmagou-lhe o crânio com  uma barra de ferro,cortou seu corpo, e enterrou as partes dentro de sacos de lixo ao redor da casa de seu pai.
Foi o primeiro de 17 homens a ser assassinado, desmembrado e enterrado.
O pior ainda estaria por vir.
Jeffrey não terminou a Universidade na qual se matriculara (Ohio), após dois semestres deixou a faculdade e ingressou no exército em 1979 e lá permaneceu por seis anos.
Dispensado por desordem e problemas com a bebida, voltou a Wiscosin e foi viver com a avó, num apartamento adaptado dentro da casa.
Pelos seis anos seguintes, Dahmer foi preso por desacato ao pudor, por molestar sexualmente um garoto e conduta imprópria.
Entre setembro de 1987 e março de 1988, três rapazes desapareceram sem deixar rastro na região de Milwaukee.
Nesta altura Dahmer trabalhava numa fábrica de chocolates, quando voltava para casa, tinha muito o que fazer, porque os três rapazes que haviam desaparecido, estavam precisamente no porão da casa da avó, a decomporem-se já desmembrados.
Devido ao mau odor de suas atividades secretas, a avó pede ao neto que saia de casa.
O neto então aluga um apartamento no centro da cidade e passa a viver sozinho.
A espiral homicida tem sangue novo, por assim dizer, e Dahmer começou a levar suas vítimas aliciadas em bares gays da redondeza para seu apartamento "213" onde os matava, praticava necrofilia, canibalismo e trepanação. Também tirava fotografias dos cadáveres.
Sob custódia da polícia por assedio sexual de um garoto de 13 anos, Dahmer fez sua quinta vítima,guardou a cabeça, retirou a pele com água quente e pintou o crânio.
Entre junho de 1990 e maio de 1991, assassinou mais sete vítimas com idades entre 18 e 31 anos e guardou seus crânios.
A 13ª vítima de Dahmer, quase foi sua última, não fosse o charme, esperteza e simpatia que ele mostrou ao dialogar com a polícia. O que se passou foi que  o rapaz conseguiu fugir do apartamento e pediu ajuda a duas raparigas que por sua vez acionaram a polícia.
Mas Dahmer chegou primeiro e convenceu a todos que o rapaz era seu amante, que tinha bebido muito e tudo não passava de uma briga de casal.
Os policiais acompanham os dois de volta ao apartamento, e apesar das queixas do rapaz, não houve uma busca na casa.
Se os policiais tivessem feito a busca, encontrariam um corpo na cama de Jeffrey entre outras coisas mais sinistras.
Mal a porta do apartamento se fechou, Jeffrey terminou seu trabalho com o fugitivo: estrangulou e fotografou o corpo.
Em julho de 1991, a última vítima de Dahmer conseguiu escapar e o denunciou às autoridades.Estava nu e tinha algemas em uma das mãos.
Desta vez, fizeram uma busca no apartamento e encontraram os crânios, as fotos, restos de corpos em tonéis com ácido, cabeças decepadas no frigorífico, e a famosa arca, com carne humana congelada meticulosamente em sacos de congelação.
O apartamento imaculadamente limpo, e a geladeira idem.
Era o começo do fim para o Canibal de Milwaukee.

Durante o julgamento, que durou três semanas, Dahmer declarou-se culpado, mas alegou insanidade, alegação para a qual não teve sorte, pois apesar dos requintes de crueldade que usara, e para os quais dizia estar fora de si, foi declarado são e responsável pelos seus atos a 17 de maio de 1992.
A deliberação durou cinco horas e aos 31 anos de idade Jeffrey Dahmer foi condenado 15 vezes à prisão perpétua perfazendo um total de 957 anos de prisão.
Em 1994, foi morto na prisão por outro detento,com uma barra de ferro em sua cabeça, ironicamente, da mesma forma que matou sua primeira vítima ainda na casa do pai em 1978, morreu a caminho do hospital.

Dahmer contou aos médicos que se sentia ligado ao demónio  e que abastecia sua depravação com pornografia e assistindo várias vezes "O Exorcista III". Alguns detalhes do caso foram tão horríveis que os jurados receberam acompanhamento profissional após o julgamento.
Jeffrey Dahmer foi chamado de O Canibal de Milwaukee e O Colecionador de Ossos.
Ele cumpriu pena no Columbia Correctional Institution em Portage, Wisconsin e lá tornou-se cristão. 
Antes, ele acreditava piamente na Teoria da Evolução de Darwin, e em entrevista, disse que depois que se converteu, viu o quão absurda era a Teoria de Darwin.


Quando chegou ao apartamento de Dahmer,a polícia estranhou não haver nenhuma comida nem mercearia na casa, apenas condimentos.


               A Realidade em fotos e  vídeos: a trajetória de Dahmer.



com os pais  ainda bebé
apenas um menino em foto de escola
o rapaz bem apessoado
aos 18 anos, já graduado, ao lado do pai. Duas semanas depois da foto, cometeria seu primeiro assassinato.

Dahmer  acusado 
Dahmer  em tribunal



O Apartamento nº 213




A porta do apartamento 



Sala







o frigorífico 




as evidências- o freezer e um dos galões com ácido



a remoção dos galões de ácido com restos das vítimas dentro



retirada do freezer 
                                            
          Os vídeos que se seguem ilustram parte da trajetória mediática de Jeffrey


O primeiro link mostra a primeira grande busca no Oxford Apartments, 924 North Street, apto 213,Milwaukee Wisconsin. onde foram encontrados os restos de 11 vítimas e as evidências das fotos acima. Os vídeos são da Rede TMJ4 Milwaukee. July,22,1991.


http://www.todaystmj4.com/multimedia/videos/?bcpid=558092277001&bckey=AQ~~,AAAAAG_pBMo~,kVIkQYQQ-Iw0616Y-wpIS00yR0PFX2J3&bctid=1062574965001



Um dos policiais encarregados da busca em entrevista.



                           Primeira aparição em tribunal como acusado.
                           Thursday, July,1991.



           A entrevista concedida a Stone Phillips do canal MSNBC, em 1994.





Esta entrevista, ainda que um pouco extensa, é bastante reveladora e surpreendente, porque mostra a opinião dos pais de Dahmer, também entrevistados, e a suposta normalidade de sua infância, a visão que Lionel tinha do filho que foi contestada pelo próprio Dahmer. 
Ainda que natural, não se deixem comover pela entrevista porque cada um dos entrevistados o veem como filho, apesar de tudo.
E,Jeffrey, em ocasião da entrevista, estava na prisão há dois anos e convertido ao catolicismo, o que segundo ele, foi o suficiente para que seus pecados fossem perdoados pelo Senhor e seu filho Jesus Cristo. Simples assim.

                             Documentários sobre Dahmer:

Sobre Jeffrey Dahmer, foram feitos alguns documentários interessantes, outros nem por isso. Selecionei para a postagem os que já vi e revi, e na minha opinão, são sérios, bem embasados e confiáveis. São documentários produzidos pelo canal Discovery, em sua mais recente versão o Investigation Discovery ID, que traz a rubrica Twisted totalmente voltada para pessoas como Dahmer, como o próprio nome da rubrica diz, perturbados, insanos. Na realidade são biografias de serial killers, e detalhada investigação sobre os casos.
O segundo documentário foi feito pelo canal Biography Channel o qual considero sério e consistente.
Ora aí vão eles:




Investigation Discovery ID
Twisted


Biography Channel


                                       O que disse a imprensa na altura:









                                                        
                                                       As vítimas

                                              
                                             
                                           Rendeu Livros e Filmes:


    
Step into my Palor: the chilling story of a serial killer Jeffrey Dahamer, Edward Baumann,Ed. Bonus Books.



              Of a men and monsters, Richard Tichecott, Ed. Paperback




       A Father's Story, Lionel Dahmer,, Ed. William Morrow and Company. Inc.

Jeffrey Dahmer: a Bizarre Journey into the Mind of America's Most Tormented Serial Killer, Dr. Joel Norris, Ed. Mass Market Paperback

Além destes existem outros livros sobre ele, e um recente está para ser lançado nos EUA. 
Uma trabalho interessante foi feito sob a forma de HQ, por um amigo seu, Derf Backderf e acho que vale à pena dar uma espreitadela no link abaixo:

http://www.amazon.com/My-Friend-Dahmer-Derf-Backderf/dp/1419702173/ref=pd_sim_sbs_b_9



                                                  Os Filmes


    
                  The secret life: Jeffrey Dahmer, 1993 de David R. Bowen
                                 
                                  Dahmer, 2002, de David Jacobson

                                              IMPRESSÕES DA VIAGEM:
Como vocês verão mais vezes nesta rubrica, a tentativa de explicar e justificar o comportamento e as atitudes dos criminosos se resume algumas vezes, na trajetória da infância, como se toda a explicação residisse neste período de suas vidas.
Ora, os pais de Dahmer discutiam, isso todo casal faz, e somente se separaram quando ele já tinha 18 anos! Muitos pais se separam antes mesmo de os bebés nascerem e nem por isso toda a gente se torna um psicopata ou serial killer.
A alegação de insanidade, descartada pelo tribunal teria legitimidade para explicar os horríveis crimes de Dahmer, de outra forma, não vejo maneira.
O que leva um ser que, teve uma infância normal, a presença dos pais, um teto, foi bem alimentado, teve escola, irmão, a tornar-se um monstro?
Quanto a vocês não sei, mas julgo que ninguém acorda pela manhã e diz: "Well, hoje está um belíssimo dia para me tornar um serial killer".
Penso que deve haver uma predisposição genética adormecida, a natureza do ser humano como o próprio nome diz, NASCE com ele.
De acordo com a entrevista ao canal MSNBC, o desejo de matar havia estado latente em seu pai porém não foi forte o bastante para que Lionel Dahmer cometesse nenhum crime, ou o senso de moralidade, religião, retidão, tudo o mais que torna um ser humano descente e normal impediu que tal desejo se concretizasse.
Pelos vistos, o filho não possuía estes componentes tão fortemente arraigados.
Aos 10 anos ele começou com a tortura de pequenos animais, nesta altura, os pais ainda estavam juntos embora discutissem. Se tais atitudes eram para "descarregar" a raiva, medo ou insegurança, diga-se de passagem que não era lá muito normal.
De onde vinha o impulso de torturar e matar os animais?
De onde vinha a imagem distorcida da realidade que os olhos do pequeno Dahmer viam?
Provavelmente de si mesmo.
Se ele tivesse sido tratado quando começou com a tortura de animais, teriam sido evitadas as 17 vítimas que ele fez?
Mas se mais tarde em tribunal ele foi dado como são e responsável por seus atos,em que é que ficamos?
Sustento a opinião de que somente o ambiente não é responsável na criação de criminosos ou psicopatas. 
Se formos voltar ao gênese, vemos que o Mal não pode ser isolado como um vírus num laboratório. 
Ainda que sejam metáforas as histórias bíblicas, quando Caim mata Abel, seu irmão, por ciúmes, é a primeira manifestação da natureza má do ser humano, sua raiz, sua natureza em estado puro, lá está!
Creio que em Dahmer, sua natureza,  um distúrbio qualquer em sua mente, e sobretudo a visão distorcida da realidade culminou naquilo em que se tornou.
Só uma mente perturbada consideraria natural o canibalismo, o desmembramento, e mais um rol de horrores infligidos às vítimas.
Para ele era normal, de acordo com a sua visão da realidade. Se isso não é uma espécie de insanidade, não sei o que vem a ser.
Portanto não entendo quando o tribunal o considerou são,isto nos faz repensar a noção de Sanidade.
Quando morreu, seu cérebro foi doado à ciência para ser estudado a pedido de sua mãe, e a verdade é que não havia nada de errado com ele cientificamente falando, claro.
Para finalizar, o que tenho tentado dizer é que julgo que Dahmer tinha sua própria noção de propriedade das pessoas, tinha provavelmente uma visão muito peculiar e distorcida do mundo tal como o conhecemos, e tinha uma visão própria da realidade a qual não vamos entender nunca.
A monstruosidade de Dahmer existe na nossa realidade, não na dele.
Se conseguirmos desligar os dispositivos morais que temos, provavelmente poderíamos ter uma ligeira noção de sua mente. 
Mas é melhor não.
"Quando olhamos muito tempo para o abismo, o abismo também olha para você." (Nietzsche)