segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

   
       Livro dos Mortos- Patricia Cornwell

  
Livro dos Mortos, Patricia Cornwell, Companhia das Letras, 2010, São Paulo.
Título original- Book of the  death, 2007.

"O assassino, neste caso, desafia os precedentes e os perfis usuais. Ele os confunde. Até aciência se tornou uma fonte irritante de disputa- parece desafiá-los, mentir para eles, forçando Scarpetta e todos os demais a lembrar que a ciência nunca diz mentiras. Nunca comete erros. Nunca afasta deliberadamente alguém do caminho certo nem zomba de ninguém." (pág.18)

"Quer dizer que ele a forçou s ingerir álcool, talvez a tarde inteira, a noite toda,, até de manhãzinha, e ela estava tão apavorada que a comida não foi digerida? É isso que a senhora está oferecendo como explicação plausível?
- Já vi isso acontecer antes- responde Scarpetta." (pág.22)

Contrariando o último livro de Patricia Cornwell aqui postado, Causa Mortis, do qual gostei, mas não tanto, este retoma a linha de Lavoura de Corpos, Predador, Post Mortem, somente para citar alguns, nos quais a trama diabolicamente, por assim dizer ,truncada e inesperada fez deles romances inesquecíveis.E com certeza este também será.
Em LIvro dos Mortos, Scarpetta terá que passar por várias provações até encontrar a verdade sobre o caso da morte de Drew Martin, tenista, dezesseis anos, em Roma.
Este caso a levará a um sórdido labirinto de personagens verdadeiramente doentes e diabólicos como a velha doutora Self, a nova namorada de Marino Shandy, o próprio Marino completamente descontrolado a ponto de atacar Scarpetta, o agente funerário, o doutor Paulo Maroni, psiquiatra, cujo passado com a doutora Self será a chave para o mistério.
Todos os personagens estão a esconder algo importante neste caso tenebroso onde Will Rambo, o assassino, estrangulou e arrancou os olhos de Drew.
Ao contrário dos romances de Aghata Christie, nos quais os personagens sempre têm algo a esconder, como pequenas mentiras e segredos familiares, aqui, os segredos são sórdidos, as mentes desequilibradas, os personagens personificam o mal, como a doutora Self, e Shandy.
Vale à pena ler, mas preparem-se é preciso ter estômago, não por causadas mortes e autópsias, mas pelo lado negro das personagens.
E o que é pior, descobrir que elas realmente existem....

Nota: Nem tudo nesta narrativa é sordidez... como sempre, Kay Scarpetta faz uma pausa em algum restaurante, ou na sua própria cozinha é quando Patricia Cornwell nos brinda com ótimas escolhas feitas pela médica legista:

" Scarpetta toma um gole de um caríssimo Biondi Santi Brunello de 1996, que não é o vinho que teria escolhido, se tivesse sido consultada, e em geral ela é. Ela põe a taça de novo  na mesa sem tirar os olhos da foto junto a seu simples presunto de Parma com melão, que será seguido de robalo grelhado e por favas ao azeite de oliva. Quem sabe framboesas para a sobremesa, a menos que a conduta cada vez pior de Benton estrague seu apetite.E pode ser que consiga." (pág.32)

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