domingo, 19 de maio de 2013

 

   American Horror Story- Season One
   Brady Falchuk, Ryan Murphy

    
         
                     

 American Horror Story- Season One
Criadores- Brady Falchuk e Ryan Murphy
Elenco Principal- Jessica Lange, Taissa Farmiga, Evan Peters, Connie Britton, Dylan McDermott, Dennis O'Hare.
Canais- FX, Eua,  FOX, Brasil.

American Horror Story é uma série de forte teor sexual, dramático e altamente perturbadora. Quando a vi pela primeira vez, confesso que fiquei um pouco confusa e impressionada a começar pelos créditos da abertura, imagens fortes de bebés abortados em frascos, uma sala escura ( que depois descobri que vinha a ser o famoso porão da casa) com mesas de aço, sangue, instrumentos cirúrgicos e a música diga-se de passagem é um nadinha estranha, não diria assustadora, mas grotesca, como as cenas de abertura. Tudo a condizer.
Logo no início de cada episódio, temos um curto flash back a fim de apresentar ao espectador o que ocorreu na casa no passado, começa o primeiro episódio em 1978, com a morte dos gêmeos, possivelmente pelo fantasma de Thaddeus, na casa já desabitada pelos vivos.
Posto isso o episódio volta ao tempo presente e nos insere na antiga casa em  estilo Tudor cenário predominante nesta primeira temporada.
A casa fica em Westchester Place, 1120, em L.A. e está aberta a visitas turísticas para os mais obcecados pela série.
Uma coisa interessante de se fazer virtualmente é procura´-la no Google Earth lá está ela, imponente e assustadora como toda casa onde ocorrem assassinatos brutais o são.
Voltando à série, para quem não está preparado psicologicamente para diálogos viscerais, cenas grotescas, histórias pessoais perturbadoras, convém nem sequer aventurar-se a ver.
Durante a primeira temporada, ficamos a conhecer os personagens pouco a pouco, a cada novo episódio, novas revelaçãoes são feitas a respeito de cada um deles, numa espiral de culpas, crueldades,assassinatos, forte perturbação mental, adultério, e em meio a isso tudo, está Vivien, personagem sem crueldade, de certa forma inocente em meio ao turbilhão de podridão moral dos que a rodeiam, vivos e mortos.
Vivien lembra e muito, Rosemary, em The Rosemary's Baby e Constance assemelha-se a vizinha Mimi, que levava a Rosemary a tal vitamina para a gravidez enquanto esperava pelo nascimento do anticristo.
Constance com menos sutileza, dá a comer a Vivien carne crua, cérebro grelhado também a fim de fortalecer a futura mamãe enquanto espera pelo nascimento dos gêmeos. Quando Vivien aparentemente enlouquece, e é internada num clínica psiquiátrica, volto a me lembrar de Rosemary quando esta a propósito de suas desconfianças do marido e dos vizinhos, não teve quem acreditasse nela e houve insinuações de que estivesse enlouquecendo.
Há aí fortes semelhanças somente para citar algumas.
Com relação a The Shinning, notamos a semelhança nos gêmeos mortos que estão sempre a aparecer na casa e na cena em que estão lado a lado atrás de Viven na cozinha.
A forte conotação sexual explode no decorrer da temporada, respira-se sexo e horror, por assim dizer.
Aliás sexo, horror e morte são uma constante, colocados de forma sutil, ambígua, perturbadora.
Peço perdão por estar sempre a usar a palavra "perturbadora" mas é realmente o que a série é.
Sexo, horror e morte são instintivamente colocados nos episódios de maneira a que o espectador fique arrepiado, incomodado, excitado nos recônditos mais obscuros de si.
A perversão, o horror, repulsa, medo, insanidade dosados como alguns torrões de açúcar no chá ou café de quem está a assistir.
American Horror Story não é uma série de terror, é antes uma série sobre os nossos mais grotescos , cruéis, obscuros, animalescos e secretos sentimentos.
É uma série para adultos, adultos com coragem de enfrentar emoções fortes, reais, creio que a história dos fantasmas da casa é um complemento, apenas um complemento para que entremos num clima sobrenatural que rodeia a casa, mas que não nos deixa esquecer que a realidade SEMPRE É E SEMPRE SERÁ o pior a enfrentar.
Uma série altamente recomendável. Mas não para os fracos.
Boa série para si!

                     Algumas imagens da primeira temporada














                                            Vìdeos- Primeira temporada







quinta-feira, 16 de maio de 2013

pt-PT


              O Enigma de Sally- P.D. James



O Enigma de Sally, P.D.James, Companhia das Letras, 2005, São Paulo.
Título original- Cover Her Face, 1962


"Exatamente três meses antes do assassinato em Martingale, a sra. Maxie oferecera um jantar. Anos mais tarde, quando o julgamento já não passava de um escândalo quase esquecido, e as manchetes dos jornais da época, amareladas, forravam as gavetas dos armários da cozinha, Eleanor Maxie recordou-se daquela noite de primavera  como a cena de abertura de uma tragédia." (pág.7)


"Adoro Martingale e gosto da boa comida. Além disso tenho a impressão de que este fim  de semana será interessante. Uma casa cheia de pessoas que não gostam umas das outras tende a ser explosiva." (pág.31)

Pois....
E o leitor não imagina o quão explosivo este encontro foi....
Um livro que me lembrou por exemplo o filme espetacular Gosford Park, pela trama, recordou-me um pouco também os clássicos livros de Agatha Christie, quando há as reuniões de família, ou simplesmente de desconhecidos ( como no caso de And then there were none), onde há um assassinato, muitos suspeitos, geralmente parentes ou amigos próximos da vítima que por sua vez não é o que parece.
Eis o "plot" de O Enigma de Sally o livro não deixa de ser bem escrito, há o suspense habitual dos ditos romances policiais, mas não foi o que mais me
cativou da autora.
Talvez por faltar-lhe o toque de humor britânico de Agatha Chrisite  imprescindível por outro lado inigualável, portanto não se pode exigir que outro autor do gênero, no caso uma autora e conterrânea da senhora, venha a escrever de modo semelhante.
P.D.James, tem uma escrita mais seca, desprovida dos artifícios de humor que tornam os romances de Agatha Christie deliciosos, e seus personagens pitorescos.
Quando leio P.D.James, lembro-me sempre do livro A Dália Negra de James Elroy, ou melhor, de sua escrita.
Masculina. Tipicamente masculina.
Porque há uma enorme diferença entre um livro escrito por uma mulher (mesmo os mais macabros) e um livro escrito por uma mente masculina.
Mesmo nas traduções há essa diferença o bom observador vai logo dar por ela.
A escolha das palavras, dos termos, o uso da linguagem é diferente.
Observem.
Bem, este comentário não tem o objetivo de ser um ataque ao livro e muito menos à autora, apenas uma opinião pessoal, mais pessoal talvez que outras aqui postadas, mas não escrevo somente para elogiar livros que já li e recomendá-los, escrevo justamente porque os li, e como tal posso gostar ou não.Recomendar ou não.
Este particularmente (note-se particularmente) não me fez ter vontade de voltar a lê-lo um dia desses.
Por outro lado super recomendo o filme GOSFORD PARK e o livro AND THEN THERE WERE NONE .

#prontofalei.


http://youtu.be/e_SZM7e2GGg

No link acima pode-se ouvir um trecho do livro no original, narrado por Roy Marsden.



quarta-feira, 1 de maio de 2013

           
          A Maldição do Cigano- Stephen King


A Maldição do Cigano, Stephen King, Objetiva, 2010, Rio de Janeiro.
Título Original- Thinner, 1984 by Richard Bachman

" 'Mais magro', sussurra o velho cigano de nariz carcomido para William Halleck quando ele e sua esposa Heidi saem do tribunal." (pág.7)

"Nesta manhã, contudo, havia boas-novas. Ele baixara de 113 quilos para 111." (pág.8)

"Ele tinha sido gordo- não volumoso, não com alguns quilos a mais, mas decididamente gordo como um porco. Então, passara a corpulento,depois a apenas mais o menos normal(...) depois a magro. Agora, contudo, a magreza começava a deslizar para um novo estado: o esquelético. O que viria depois disso? Definhamento, supunha ele. E, em seguida, algo que ainda pairava além dos limites da imaginação." (pág. 193)

Willian Halleck era um advogado, pai de família, trabalhador, e gordo como um porco selvagem.Mas era feliz.
Sabia que tinha que emagrecer uns bons quilos, seu médico o avisara, por causa do coração e tal....
Mas ele ia sempre adiando, porque convenhamos, ele realmente gostava de comer e como comia!
"Heidi colocou o café da manhã diante dele: um monte fumegante de ovos mexidos, um pãozinho com passas, cinco tiras de bacon crocante"(pág.9)
Mal sabia ele que forçosamente e independente de sua vontade ou do que continuava a comer e do quanto continuava a comer, William iria entrar numa bola de neve ao contrário, até quase desaparecer literalmente.
Certa vez, voltando de carro com a esposa, atropelou uma velha senhora e a matou.
Foi um acidente, houve um julgamento, ele saiu ilibado, porém na porta do tribunal, à saída, um velho cigano de nariz carcomido pai da senhora que William atropelara, toca seu rosto e murmura uma única palavra: "Thinner".
A partir deste dia, William começa a perder peso, embora mantenha sua dieta calórica e exagerada.
Uma consulta ao médico revela pouco, o medo de um câncer é logo posto de lado. E os médicos querem interná-lo para outra série de exames.
Porém William tem sua própria teoria: crê que foi amaldiçoado pelo velho cigano e que se não reverter a maldição, morrerá ou simplesmente desaparecerá como uma folha finíssima ao vento.
Descobre que todos os envolvidos no caso, juiz, policial, também receberam uma maldição do velhote.
Monstruosas, diga-se de passagem, bem ao estilo de King.
William terá que correr contra a balança e o relógio na desesperada tentativa de reverter a maldição.
Escrito sob  o pseudônimo de Richard Bachman, o livro tem uma certa dose de humor e descontração que não se vê muito nos livros mais pesados do autor como Misery, A metade sombria, Carrie, It, Desespero, só para situar alguns.
Diria que está escrito de forma mais leve, (se é que se pode chamar de leve as narrativas de King) porém envolvente.
O leitor fica mesmo querendo saber como vai acabar a triste história do pobre William e o que realmente acontecerá com os ciganos e seu mentor.
Mesmo que o leitor espere um happy end, ficará ansioso para descobrir como ele se dará e se é que assim será.
Uma leitura para se fazer após terminar algum livro tarja preta, tipo: Que o Diabo leve a Mosca Azul, ou A casa das Almas perdidas, ou ainda o fabuloso Sangue Vermelho em Campo de Neve.
Proteja-se com seus amuletos e patuás e venha enfrentar essa maldição.

                      O Livro foi adaptado para o cinema em 1996




SERIES UK: Trailer da sequência de ‘The Suspicions of Mr. Whi...

Uma série a não perder, posto que o livro em breve aqui no blog, é simplesmente impecável!
Se a série for tão bem feita como o livro, será um complemento de peso, como geralmente o são as séries da BBC





SERIES UK: Trailer da sequência de ‘The Suspicions of Mr. Whi...: The Suspicions of Mr. Whicher  estreou na Inglaterra pelo canal ITV1 em 2011 como um telefilme. A boa receptividade levou o canal a enco...