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terça-feira, 21 de maio de 2013
Para saber mais sobre a primeira temporada e dar uma vista d'olhos no que vem a seguir na segunda e terceira siga os links abaixo.
American Horror Story- Season One Brady Falchuk, Ryan Murphy
American Horror Story- Season One Criadores- Brady Falchuk e Ryan Murphy Elenco Principal- Jessica Lange, Taissa Farmiga, Evan Peters, Connie Britton, Dylan McDermott, Dennis O'Hare. Canais- FX, Eua, FOX, Brasil. American Horror Story é uma série de forte teor sexual, dramático e altamente perturbadora. Quando a vi pela primeira vez, confesso que fiquei um pouco confusa e impressionada a começar pelos créditos da abertura, imagens fortes de bebés abortados em frascos, uma sala escura ( que depois descobri que vinha a ser o famoso porão da casa) com mesas de aço, sangue, instrumentos cirúrgicos e a música diga-se de passagem é um nadinha estranha, não diria assustadora, mas grotesca, como as cenas de abertura. Tudo a condizer. Logo no início de cada episódio, temos um curto flash back a fim de apresentar ao espectador o que ocorreu na casa no passado, começa o primeiro episódio em 1978, com a morte dos gêmeos, possivelmente pelo fantasma de Thaddeus, na casa já desabitada pelos vivos. Posto isso o episódio volta ao tempo presente e nos insere na antiga casa em estilo Tudor cenário predominante nesta primeira temporada. A casa fica em Westchester Place, 1120, em L.A. e está aberta a visitas turísticas para os mais obcecados pela série. Uma coisa interessante de se fazer virtualmente é procura´-la no Google Earth lá está ela, imponente e assustadora como toda casa onde ocorrem assassinatos brutais o são. Voltando à série, para quem não está preparado psicologicamente para diálogos viscerais, cenas grotescas, histórias pessoais perturbadoras, convém nem sequer aventurar-se a ver. Durante a primeira temporada, ficamos a conhecer os personagens pouco a pouco, a cada novo episódio, novas revelaçãoes são feitas a respeito de cada um deles, numa espiral de culpas, crueldades,assassinatos, forte perturbação mental, adultério, e em meio a isso tudo, está Vivien, personagem sem crueldade, de certa forma inocente em meio ao turbilhão de podridão moral dos que a rodeiam, vivos e mortos. Vivien lembra e muito, Rosemary, em The Rosemary's Baby e Constance assemelha-se a vizinha Mimi, que levava a Rosemary a tal vitamina para a gravidez enquanto esperava pelo nascimento do anticristo. Constance com menos sutileza, dá a comer a Vivien carne crua, cérebro grelhado também a fim de fortalecer a futura mamãe enquanto espera pelo nascimento dos gêmeos. Quando Vivien aparentemente enlouquece, e é internada num clínica psiquiátrica, volto a me lembrar de Rosemary quando esta a propósito de suas desconfianças do marido e dos vizinhos, não teve quem acreditasse nela e houve insinuações de que estivesse enlouquecendo. Há aí fortes semelhanças somente para citar algumas. Com relação a The Shinning, notamos a semelhança nos gêmeos mortos que estão sempre a aparecer na casa e na cena em que estão lado a lado atrás de Viven na cozinha. A forte conotação sexual explode no decorrer da temporada, respira-se sexo e horror, por assim dizer. Aliás sexo, horror e morte são uma constante, colocados de forma sutil, ambígua, perturbadora. Peço perdão por estar sempre a usar a palavra "perturbadora" mas é realmente o que a série é. Sexo, horror e morte são instintivamente colocados nos episódios de maneira a que o espectador fique arrepiado, incomodado, excitado nos recônditos mais obscuros de si. A perversão, o horror, repulsa, medo, insanidade dosados como alguns torrões de açúcar no chá ou café de quem está a assistir. American Horror Story não é uma série de terror, é antes uma série sobre os nossos mais grotescos , cruéis, obscuros, animalescos e secretos sentimentos. É uma série para adultos, adultos com coragem de enfrentar emoções fortes, reais, creio que a história dos fantasmas da casa é um complemento, apenas um complemento para que entremos num clima sobrenatural que rodeia a casa, mas que não nos deixa esquecer que a realidade SEMPRE É E SEMPRE SERÁ o pior a enfrentar. Uma série altamente recomendável. Mas não para os fracos. Boa série para si! Algumas imagens da primeira temporada
O Enigma de Sally, P.D.James, Companhia das Letras, 2005, São Paulo. Título original- Cover Her Face, 1962 "Exatamente três meses antes do assassinato em Martingale, a sra. Maxie oferecera um jantar. Anos mais tarde, quando o julgamento já não passava de um escândalo quase esquecido, e as manchetes dos jornais da época, amareladas, forravam as gavetas dos armários da cozinha, Eleanor Maxie recordou-se daquela noite de primavera como a cena de abertura de uma tragédia." (pág.7) "Adoro Martingale e gosto da boa comida. Além disso tenho a impressão de que este fim de semana será interessante. Uma casa cheia de pessoas que não gostam umas das outras tende a ser explosiva." (pág.31) Pois.... E o leitor não imagina o quão explosivo este encontro foi.... Um livro que me lembrou por exemplo o filme espetacular Gosford Park, pela trama, recordou-me um pouco também os clássicos livros de Agatha Christie, quando há as reuniões de família, ou simplesmente de desconhecidos ( como no caso de And then there were none), onde há um assassinato, muitos suspeitos, geralmente parentes ou amigos próximos da vítima que por sua vez não é o que parece. Eis o "plot" de O Enigma de Sally o livro não deixa de ser bem escrito, há o suspense habitual dos ditos romances policiais, mas não foi o que mais me cativou da autora. Talvez por faltar-lhe o toque de humor britânico de Agatha Chrisite imprescindível por outro lado inigualável, portanto não se pode exigir que outro autor do gênero, no caso uma autora e conterrânea da senhora, venha a escrever de modo semelhante. P.D.James, tem uma escrita mais seca, desprovida dos artifícios de humor que tornam os romances de Agatha Christie deliciosos, e seus personagens pitorescos. Quando leio P.D.James, lembro-me sempre do livro A Dália Negra de James Elroy, ou melhor, de sua escrita. Masculina. Tipicamente masculina. Porque há uma enorme diferença entre um livro escrito por uma mulher (mesmo os mais macabros) e um livro escrito por uma mente masculina. Mesmo nas traduções há essa diferença o bom observador vai logo dar por ela. A escolha das palavras, dos termos, o uso da linguagem é diferente. Observem. Bem, este comentário não tem o objetivo de ser um ataque ao livro e muito menos à autora, apenas uma opinião pessoal, mais pessoal talvez que outras aqui postadas, mas não escrevo somente para elogiar livros que já li e recomendá-los, escrevo justamente porque os li, e como tal posso gostar ou não.Recomendar ou não. Este particularmente (note-se particularmente) não me fez ter vontade de voltar a lê-lo um dia desses. Por outro lado super recomendo o filme GOSFORD PARK e o livro AND THEN THERE WERE NONE . #prontofalei. http://youtu.be/e_SZM7e2GGg No link acima pode-se ouvir um trecho do livro no original, narrado por Roy Marsden.
quarta-feira, 1 de maio de 2013
A Maldição do Cigano- Stephen King
A Maldição do Cigano, Stephen King, Objetiva, 2010, Rio de Janeiro. Título Original- Thinner, 1984 by Richard Bachman " 'Mais magro', sussurra o velho cigano de nariz carcomido para William Halleck quando ele e sua esposa Heidi saem do tribunal." (pág.7) "Nesta manhã, contudo, havia boas-novas. Ele baixara de 113 quilos para 111." (pág.8) "Ele tinha sido gordo- não volumoso, não com alguns quilos a mais, mas decididamente gordo como um porco. Então, passara a corpulento,depois a apenas mais o menos normal(...) depois a magro. Agora, contudo, a magreza começava a deslizar para um novo estado: o esquelético. O que viria depois disso? Definhamento, supunha ele. E, em seguida, algo que ainda pairava além dos limites da imaginação." (pág. 193) Willian Halleck era um advogado, pai de família, trabalhador, e gordo como um porco selvagem.Mas era feliz. Sabia que tinha que emagrecer uns bons quilos, seu médico o avisara, por causa do coração e tal.... Mas ele ia sempre adiando, porque convenhamos, ele realmente gostava de comer e como comia! "Heidi colocou o café da manhã diante dele: um monte fumegante de ovos mexidos, um pãozinho com passas, cinco tiras de bacon crocante"(pág.9) Mal sabia ele que forçosamente e independente de sua vontade ou do que continuava a comer e do quanto continuava a comer, William iria entrar numa bola de neve ao contrário, até quase desaparecer literalmente. Certa vez, voltando de carro com a esposa, atropelou uma velha senhora e a matou. Foi um acidente, houve um julgamento, ele saiu ilibado, porém na porta do tribunal, à saída, um velho cigano de nariz carcomido pai da senhora que William atropelara, toca seu rosto e murmura uma única palavra: "Thinner". A partir deste dia, William começa a perder peso, embora mantenha sua dieta calórica e exagerada. Uma consulta ao médico revela pouco, o medo de um câncer é logo posto de lado. E os médicos querem interná-lo para outra série de exames. Porém William tem sua própria teoria: crê que foi amaldiçoado pelo velho cigano e que se não reverter a maldição, morrerá ou simplesmente desaparecerá como uma folha finíssima ao vento. Descobre que todos os envolvidos no caso, juiz, policial, também receberam uma maldição do velhote. Monstruosas, diga-se de passagem, bem ao estilo de King. William terá que correr contra a balança e o relógio na desesperada tentativa de reverter a maldição. Escrito sob o pseudônimo de Richard Bachman, o livro tem uma certa dose de humor e descontração que não se vê muito nos livros mais pesados do autor como Misery, A metade sombria, Carrie, It, Desespero, só para situar alguns. Diria que está escrito de forma mais leve, (se é que se pode chamar de leve as narrativas de King) porém envolvente. O leitor fica mesmo querendo saber como vai acabar a triste história do pobre William e o que realmente acontecerá com os ciganos e seu mentor. Mesmo que o leitor espere um happy end, ficará ansioso para descobrir como ele se dará e se é que assim será. Uma leitura para se fazer após terminar algum livro tarja preta, tipo: Que o Diabo leve a Mosca Azul, ou A casa das Almas perdidas, ou ainda o fabuloso Sangue Vermelho em Campo de Neve. Proteja-se com seus amuletos e patuás e venha enfrentar essa maldição. O Livro foi adaptado para o cinema em 1996
Uma série a não perder, posto que o livro em breve aqui no blog, é simplesmente impecável! Se a série for tão bem feita como o livro, será um complemento de peso, como geralmente o são as séries da BBC