segunda-feira, 15 de abril de 2013



   O Morro dos Ventos Uivantes- Emily Brontë 




O Morro dos Ventos Uivantes, Emily Brontë, Martin Claret,2004, São Paulo.
Título Original- Wuthering Heights, 1847

"Acabo  de voltar de uma visita ao meu proprietário- o único vizinho que me poderá causar inquietações. Esta região daqui, é na verdade, maravilhosa! Creio que não teria encontrado em toda a Inglaterra, lugar tão completamente afastado da agitação mundana." (pág. 11)

"(...) era ele bastante sensato para compreender o temperamento de Heathcliff e saber que, embora sua aparência exterior estivesse mudada, sua natureza não mudara nem poderia mudar. Ele temia sua natureza." (pág. 122)

"- Será ele um lobisomem ou um vampiro?- perguntava eu. Havia lido histórias a respeito desses horrendos demônios encarnados. Depois refleti que havia cuidado dele em toda sua infância, que fora testemunha de sua passagem à adolescência, que o havia seguido durante toda a sua existência e que era um absurdo ceder àqueles sentimentos de terror."(pág. 382)




Para quem gostar de emoções fortes, uma boa dose de crueldade à mistura com um amor que atravessa os séculos, eis o livro indicado.
Escrito dentro do romantismo gótico, por Emily Brontë sob o pseudônimo de Ellis Bell, tornou-se um clássico da literatura mundial.
É interessante ressaltar que o próprio ambiente, a charneca, a localização da propriedade Morro dos Ventos Uivantes é também um personagem, que faz com que as sensações de isolamento, frio, horror sejam sentidas pelo leitor, assim como transmite o quão sombrio, lúgubre e desolado o ambiente interno consegue ser.
O Morro dos Ventos Uivantes possui personagens fortes, cruéis, maléficos, no sentido bruto das palavras, passa-se em um ambiente rural, na Inglaterra, entre 1801 e 1802, mas narra a saga de duas gerações atormentadas e amaldiçoadas pelo local, pela vingança, ira e por incrível que pareça, pelo amor.
Heathcliff, é adotado pelo Sr. Earnshaw quando criança e desperta o ciúme em Hindley, o filho legítimo, pois o pai protegia o rapaz.
Nesta família dotiva, Heathcliff conhece Catherine, da mesma idade, irmã de Hindley.
Dessa amizade nascerá um amor incontrolável, porém tortuoso, de ambas as partes.
Este foi o rastilho que desencadeou a narrativa, pois a partir desse amor, correspondido, mas não assumido, a família toda de Cathy desmorona, tanto no sentido emocional, quanto no sentido financeiro, moral, e porque não dizer, metaforicamente falando, no sentido físico, pois toda ela, um a um, encontram a morte ou a ruína.
Oh, pobre Cathy....
Não podemos deixar de dar o quinhão que a Catherine pertence: ela não se parece nada com uma heroína dos romances de cavalaria; revela-se caprichosa, manipuladora, instável, cruel lá à sua maneira, e com traços que hoje em dia reconhecemos como psicóticos.
Então seria somente Heathcliff responsável pela queda das famílias Linton e Earnshaw?
Até onde pode-se ir motivado pela vingança?
Pela mágoa?
Pela rejeição?
Quanto um homem estaria disposto a perder pelo amor de sua vida?
Se o leitor espera ter, como as badanas e contracapas do livro insistem em dizer, um romance que desafia o tempo, pode ter uma decepção.
O amor desafia o tempo em O Morro dos ventos Uivantes, mas igualmente o desafiam a ira, a dor, o sofrimento, o horror, a insanidade, a maldade, com a mesma intensidade.
Portanto, é um romance? Sim, mas um romance ao melhor estilo gótico britânico, um clássico sem dúvida.
Inesquecível.
Libertador.




O livro teve várias adaptações para cinema eis algumas delas:




    

Versão de 1939







Versão de 1992
                                               

                                        

Versão de 2009- produzida pela BBC                                  

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