sábado, 2 de dezembro de 2017



                  Caixa de Pássaros- Josh Malerman





Caixa de Pássaros, Josh Malerman, Intrínseca, 2015, Rio de Janeiro




Bird Box, Josh Malerman, Harper Collins, 2014, NY


" Os três vivem assim. Ficam bastante tempo sem sair. E, quando saem,estão vendados.
As crianças nunca viram o mundo exterior à casa. Nem pelas janelas. E Malorie não o vê há mais de quatro anos." ( pág.8)

" O mundo exterior, os shoppings e os restaurantes vazios, os milhares de carros abandonados, os produtos esquecidos nas prateleiras ociosas das lojas: tudo exerce uma pressão sobre a casa. Tudo sussurra o que os espera lá fora." (pág. 12)

"Enfim, depois de quatro anos de esperae treino, tentando encontrar coragem para ir embora,ela rema para longe do cais, da margeme da casa que protegeu a ela e aos seus filhos pelo que pareceu uma vida inteira" (pág. 17)

" A canção comunal dos pássaros aumenta e chega ao auge antes de baixar de tom, contorcer-se e ultrapassar os limites.Malorie a ouve como se estivesse dentro dela. Como se estivesse presa em um aviário com milhares de pássaros malucos. Parece que uma gaiola se fechou com todos eles lá dentro. Uma caixa de papelão. Uma caixa de pássaros. Bloqueando o sol para sempre." (pág. 220)

Ora bem, depois de muita publicidade sobre o "Caixa de Pássaros", resolvi lê-lo para ver se todo o alrde feito em relação a ele era pertinemte.
Na minha opinião, não era.
Já li algumas resenhas, opiniões, assisti a alguns videoblogs sobre o livro e chego à conclusão de que leitores muito jovens se encantam com pouca coisa e a mídia se aproveita disso.
Leitores pouco experientes ficam deslumbrados com certos autores, jovens e igualmente sem experiência. Fato.
O leitor de suspense, terror, mistério, ou seja lá como quiserem chamar, ou tem uma boa base vinda dos clássicos como King, Lovercraft, Poe, Blackwood, os irmãos Grim, ou então vai ser atirado numa espiral de best sellers sem fundamento e acharão tudo uma maravilha.
Josh Malerman, começa bem a narrativa, mas perde-se por completo em um percurso tortuoso, como o da personagem Malorie, o que me parece é que o autor escreveu o livro de olhos vendados assim como seus personagens.
A narrativa não segue uma lógica esperada, ou nem sequer inesperada como os filmes de Lynch, o enredo, ao se perder, parece ser jogado de um lado ao outro no banco de trás de um carro capotando.
A tal criatura que ninguém vê, mas se sente, não tem a consistência de, por exemplo, a criatura do filme A VILA,deM. Night Shymalan.
E, os pássaros, na passagem em que Malorie e seus filhos estão prestes a chegar à margem segura do rio, vêm claramente de Hitchcok, ou do livro A METADE SOMBRIA  de Stephen King.
A grande diferença é que nos dois primeiros, seja o filme ou o livro, estamos a falar de dois gênios em ação. Não é definitivamente o caso de Malerman.
As passagens na casa coletiva liderada pelo personagem Tom, parecem uma mescla de muitos filmes de terror em cabanas abandonadas, o livro que está em posse de Gary , supostamente roubado, lembra os diários de antigos profetas insanos, como por exemplo no filme DEAD EVIL.
Louvável, porém é a trajetória de Malorie e seus filhos que nunca viram a luz do dia, é a redenção de uma mãe a fazer seu papel de proteger, cuidar e encontrar um porto seguro aos filhos.
No mais, a meu ver, o livro é uma colcha de retalhos, de filmes , livros, séries, enfim, uma mescla do melhor que já se fez em literatura, cinema e televisão, revisitado por um amador.
O autor também tem uma banda de rock, esperemos que toque melhor que o que escreve.
E como se tornou hábito nos dias que correm, aí vem o lançamento do filme baseado no livro, penso que não há mais adaptações como nas décadas anteriores.
Torna-se desnecessário passar para as telas o que já é ruim escrito.
Abro uma excepção para THE SINNER, adaptção feita pela Netflix do livro A Pecadora, mas isto fica para uma próxima postagem.
Quem quiser se arriscar, boa leitura... bird box...enfim...



O autor e sua banda de rock, High Strung






Book Trailer:

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