quarta-feira, 10 de outubro de 2012

     As dez Figuras Negras- Agatha Christie






As Dez Figuras Negras, Agatha Christie, RBA, 2008, Espanha.
Título Original- And Then there were None, 1939.

"Ten little soldier boys went out to dine;

One choked his little self and then there were Nine.



Nine little soldier boys sat up very late;

One overslept himself anda then there were Eight.

Eight little soldier boys travelling to Devon;

One said he'd stay there and then there were Seven.

Seven little soldier boys chopping sticks;

One chopped himself in halves and then there were Six.

Six little soldier boys playing with a hive;

A bumble bee stung one and then there were Five.

Five litlle soldier boys going for law;

One got in Chancery and then there were Four.

Four little soldier boys going out to sea;

A red herring swallowed one and then there were Three.

Three little soldier boys walking in the Zoo;

A big bear hugged one and then there were Two.

Two little soldier boys sitting in the sun

One got frizzled up and then there were One.

One little soldier boy left alone;

He went and hanged himself

And then there were None." 
                                             (Frank Green, 1869)

Recordo-me bem da primeira vez que li este livro, tinha então 14 anos e fiquei muito impressionada com a trama.Tinha eu uma imaginação fértil( o que graças a Deus ainda conservo) e fiquei a imaginar o  misterioso assassino a caminhar pelos corredores da mansão, no andar onde ficavam os quartos pela noite dentro...
Era uma edição de capa amarela, retirada da Biblioteca municipal em Ilicínea, MG, onde vivíamos na altura. Boa gastronomia, diga-se de passagem....rs
A última vez que o li ( e ainda vou relê-lo com toda certeza) foi em 2009, uma edição portuguesa (essa que aí figura) e o livro voltou a me impressionar, dessa vez por outros motivos, outros pormenores que só a experiência de outras leituras e a idade pode nos fazer ver. Brilhante!
Talvez seja este o livro de Agatha Christie de que mais gosto, porque sendo eu dada às leituras voltadas para o horror gótico, ele reúne além do suspense que imortalizou a autora  lhe concedeu o epíteto de "Rainha Do Crime", também reúne elementos fantasmagóricos como o isolamento da Ilha, a enorme mansão, a costa do Devon e seus ruídos noturnos e nevoeiro,toda uma aura de perigo iminente, o ser desconhecido que controla as pessoas acossadas na Ilha...
Desta vez não há cá o humor britânico de Poirot ou Miss Marple, ou mesmo de Tuppence,que sempre dão graça ás situações criadas pela autora.
Há somente um velho e sinistro poema infantil a guiar um assassino implacável.
Escrito de forma impecável, a trama inteligente não apenas prenderá o leitor, como o fará questionar-se de onde virá a sensação de estremecimento interior que com certeza irá sentir ao longo das páginas.
Ora, imagine-se isolado numa ilha com pessoas que não conhece, as quais como você, foram convidadas através de cartas, por um homem igualmente incógnito que se calhar nem é real.
Você e as outras nove pessoas são comodamente instaladas numa mansão
na ilha, na qual tem que fica á mercê de um desconhecido.
Então pouco a pouco estas pessoas vão sendo eliminadas uma a uma de acordo com um velho poema infantil ( o que está escrito em inglês logo acima)
Cada verso equivale a uma morte e a cada morte, uma das dez figuras negras que enfeitam a sala de estar desaparece.
A tensão, o medo primitivo, a desconfiança, vão preenchendo os dias das pessoas que restam e consequentemente, o descontrole emocional toma a cena para si.
Torna-se cada vez mais impossível manter o sangue frio, o raciocínio lógico e a calma necessários para proteger-se da morte que se acerca, ou mesmo para tentar fugir da ilha.
Quem será o último a ser eliminado?
Quem os enviou à Ilha do Negro?
Quem os está a matar?
Qual a relação entre aquelas dez pessoas escolhidas?
Para obter a resposta para esta e outras perguntas, terá que embarcar com eles e ser levado até a Ilha do Negro, à Costa do Devon.....
And then......

Esta postagem é dedicada a uma grande amiga, Madalena, pois ambas partilhamos fidelidade e admiração a uma velha amiga em comum: Agatha Christie.

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