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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020


            A Mulher na Janela- A.J. Finn


A Mulher na janela, A.J. Finn, Ed.Arqueiro, 2018, São Paulo.
Título Original: The Woman in the Window,  Harper Colins, 2018.


"Desconfio de que em algum lugar, dentro de você, exista algo de que ninguém sabe." - A sombra de uma Dúvida (1943) ( folha de rosto)

" Como eu ia dizendo: janelas completamente nuas. De modo que o 212, rubro e despido, parece olhar direto para o lado de cá da rua, e eu fico olhando de volta, observando a nova proprietária conduzir seu engenheiro para o quarto de hóspedes. Qual será o problema dessa casa? É nela que o amor se instala para morrer" ( pág. 9)

" - Precisa de mim para alguma coisa antes que eu vá?
  Parece uma frase de duplo sentido, algo tirado de um filme  noir .Como Lauren Bacall em  Uma aventura na Martinica: ' Basta juntar os lábios e soprar' " (pág.19)

"Mais uma Leçon de francês hoje, e , à noite,  Les diaboliques. Um marido cafajeste, uma mulher frágil, uma amante, um assassinato, um cadáver desaparecido. Existe coisa melhor que um cadáver desaparecido?" (pág 25)

"À meia-luz- Ingrid Bergman, mais linda que nunca, gradualmente perdendo  a sanidade mental" ( pág.110)

A Mulher na Janela é uma homenagem ao cinema noir.
O livro é o cinema noir.
A começar pelo título, que é uma referência à Janela Indiscreta, de Hitchcock.
Anna Fox, vive sozinha, sofre de agorafobia e passa grande parte do dia a observar seus vizinhos com uma câmera fotográfica de primeira linha.
A outra parte do dia assiste à filmes e dá consultas pela internet. Psicóloga infantil, também envereda-se a dar conselhos a pessoas adultas as quais apenas conhece pela internet.
E, em uma terceira parte do dia e noite, nem por isso menor, bebe muito Merlot e ingere muitos comprimidos para a depressão, ansiedade e para o tratamento da agorafobia.
Seu médico a visita em casa, onde faz sua consulta semanal, sua fisioterapeuta também a acompanha e Anna tem um inquilino no porão, David. 
Conversa com o ex marido Ed, por telefone e com a filha que preferiu ficar com o pai após a separação do casal.
Com a chegada de seus novos vizinhos, a família Russel, ela começa por conhecer o jovem Ethan, o filho do casal, e com ele cria uma espécie de amizade, que logo será reprovada pelo pai do garoto.
Mas quem realmente chama a atenção de Anna é a mãe, Jane.
Chega mesmo a recebê-la em casa, como quem recebe uma amiga de longa data, bebem um vinho, falam sobre a vida, passando uma tarde agradável.
Depois, uma noite, ao separar seus DVDS para assistir, ouve um grito aterrador na casa dos Russel. Através da janela vê Jane ser assassinada.
Telefona para a polícia, para Ed, e a partir daí sua vida se torna um carrossel macabro beirando a insanidade.
Entre o que Anna Fox viu, ou pensa que viu, e os depoimentos dos Russel há um grande vão.
Vão este que terá que ser preenchido se o leitor quiser saber a verdade por trás das janelas de Anna Fox.
Uma trama que nos início no leva a duvidar realmente da veracidade dos fatos, para no final, nos revelar algo que é muito explorado tanto nos livros de suspense, como nos filmes do mesmo gênero.
Um bocado clichê se não fosse a forma como é escrita, bem escrita.
Altamente recomendável aos amantes de um bom suspense, e de bons filmes 
sobretudo de Hitchcock.
O livro foi adaptado para o cinema com atuações de Julianne Moore, Amy Adams e Gary Oldman



Confira o trailer:


O autor, escreveu o livro sob um pseudônimo, seu nome verdadeiro é Daniel Mallory, conheça um pouco sobre ele nos artigos abaixo:

sábado, 28 de julho de 2012


                     Filme do mês- Julho
  Rosemary's Baby- Roman Polanski



Rosemary's Baby, 1968
Realizador- Roman Polanski
Idioma- Inglês
Brasil- O bebê de Rosemary
Portugal- A semente do Diabo
Duração- 136m- cores
Atores/ Personagens Principais- Mia Farrow (Rosemary Woodhouse), John Cassavets (Guy Woodhouse), Ruth Gordon ( Minnie Castevet), Sidney Blackmer ( Roman  Castevet)

Este verdadeiro clássico cinematográfico e tão envolto em superstições e maus agouros fora das telas não poderia faltar aqui no Hello Clarice .
Ora bem, a começar pela música de fundo ainda na apresentação do genérico, de embalar????? é bastante sinistra independente de qualquerr contexto. Diga-se de passagem que a voz é da própria Mia Farrow
Sempre achei as músicas infantis das décadas de 60 e 70, ou até  mesmo antes disso, bastante tortuosas.Também não gosto de caixas de música e bonecos de corda que tocam tambores  e por aí adiante...Principalmente aquele "trec" quando a corda acaba. Horrível. Nada que se move com corda é boa coisa.
Bem voltando ao filme que passa-se em 1966, é a história de um casal, Guy e Rosemary que se mudam para um novo e bem situado apartamento.
O imóvel, segundo um amigo, Hutch, já fora palco de atrocidades quando fora ocupado por freiras. a última inquilina morrera de forma misteriosa.
Uma vez instalados no novo apartamento, Rosemary conhece Terry, na lavanderia do prédio, fica a saber que ela vive com os Castevet, no mesmo andar que o jovem casal.
Nesta mesma noite, Terry lança-se janela abaixo e tem morte instantânea.
Rosemary e Guy ficam então a conhecer os Castevets, Minnie e Roman, aceitam o convite para jantar em casa deles.
Nesta cena do jantar, reparem nos modos á mesa de Minnie, principalmente na hora da sobremesa, terríveis. A Paula Bobone ficaria horrorizada.!!!!
Guy e Rosemary acham o casal de vizinhos um tanto irreverentes, criticam a tagarelice de Minie, a comida....
Mas na noite seguinte Guy volta sozinho ao apartamento para conversar com Roman. A amizade entre eles estreita-se a contragosto de Rosemary.
Guy, que é um ator medíocre, consegue um papel de destaque na peça porque o ator escolhido ficara cego da noite para o dia.
A convivência de Guy com os Castavets é constante após a hora do jantar e Rosemary começa a sentir-se só.
Então vem a gravidez....
A noite da concepção é um pouco confusa para Rosemary que mal se lembra de como aconteceu. Aparentemente havia sido dopada ao jantar com uma mousse de chocolate preparada por Minnie e servida pelo marido.
Ela tem flashes de pessoas ao seu redor, símbolos desenhados em seu corpo, e acorda no dia seguinte com vergões nas costas.
Quando a gravidez é finalmente confirmada, os Castevets convencem-na a trocar de médico, ela passa a ter consultas com o Dr. Sapirstein que lhe proíbe de ler livros sobre gravidez, receita-lhe umas pílulas suspeitas e aconselha as bebidas energéticas preparadas por Minnie.
Rosemary entra num processo inverso de uma gravidez saudável: perde imenso peso, perde vivacidade, perde cores nas faces, sente-se fraca e nervosa. o novo corte de cabelo à Vidal Sasson, vem realçar ainda mais seu aspecto anémico e as olheiras.
Hutch, amigo de Rosemary, ao visitá-la fica chocado com sua aparência e ao ser informado da amizade com os Castevets e suas vitaminas caseiras, vai investigar o casal e erva que compunha a tal vitamina e o amuleto que ela usava.
Quando descobre segredos macabros sobre Roman e Minnie, marca um encontro com a amiga, porém não chega a encontrá-la pois misteriosamente entra em coma e vem a falecer de um coágulo cerebral.
Com o avanço da gravidez, também avançam o isolamento e os temores de Rosemary em relação ao bebê e ao estranho comportamento do marido.
Ás escondidas marca uma consulta com seu antigo médico para pedir ajuda. Mas tudo parece ser um macabro complô para que nenhuma ajuda lhe chegue.
O nascimento do bebé será revelador. 
Vai colocar Rosemary em xeque tendo que fazer uma difícil e decisiva escolha.

O filme tem uns picos comparativos interessantes: o personagem Guy que no início do filme é um ator medíocre e um tanto parvalhão ( eu particularmente não gosto do ator) começa uma curva ascendente ao mesmo tempo que Rosemary vai em queda livre para a decadência física e emocional.
Rosemay vai aos poucos sendo isolada, como se um campo de força impedisse que pessoas saudáveis e amigas se aproximassem dela. Guy por sua vez, torna-se mais sociável que nunca.

Rosemary's Baby, segundo Stephen King, em seu livro Dança Macabra, é um  daqueles casos em que assistir ao filme corresponde literalmente a ler o livro homônimo de Ira Levin ou vice-versa.
Tanto o filme quanto o livro estão na lista de King como obras a não perder.
Na minha opinião, é um bom filme,uma combinação de terror e uma pitada de humor que dão um charme diferente à produção.
O filme que causou forte impacto em 1968 poderá parecer meio devagar no seu início, mas creio ser proposital, assim temos mais tempo de observação que será fundamental ao unirmos as peças do puzzle.


Curiosidades em nada cor de rosa:

A atriz  Sharon Tate, esposa de Roman Polanski estava grávida do primeiro filho, em 1969 quando foi brutalmente assassinada por uma das meninas de Charles Manson. Um anos depois do filme.

No mesmo ano, o produtor William Castle recebeu ameaças de morte por causa do tema anti cristão. Em abril ele é internado com falência renal.
Neste mesmo hospital, estava Krusztof Komeda, compositor da banda sonora, que veio a morrer de um coágulo cerebral.

As cenas dos rituais contou com o auxílio de Anton Lovey, fundador da Igreja de Satã.

Anos depois John Lennon vai viver em um apartamento no mesmo prédio onde  o Bebê de Rosemary foi filmado, o Dakota Building. Ele foi morto em 1980 nas imediações do edifício.

O Bebê de Rosemary nasce em junho de 1966. Ou seja, 06/66 o número da Besta, segundo as tradições católicas.

Curiosamente se eu tivesse nascido dois dias depois teria nascido na mesma data. Cum catano!


                                           O Trailer do filme






O Edifício Dakota




Os Castevets



O Drink antes do jantar



O amuleto



A manhã a seguir a concepção




A vitamina de Minie



Rosemary e o bebê





                   No café do Sr. Fernando

Well, filme escolhido é hora de passar no Café do Senhor Fernando e dar uma espreitadela no prato do dia....
Sugestão: Picanha e Legumes na chapa
Para beber Sr. Fernando sugere vinho tinto da casa
Para sobremesa sugere Mousse de Chocolate da Sofia.
Este menu como diz o Sr.Fernando é bom pra puxar corpo, e diga-se de passagem, a Rosemary bem está a precisar.
Então bom apetite e bom filme!
Ê gato!!!!!

                          Picanha e legumes na chapa

500 g de picanha ou rosbife
pimenta de moinho
1 beringela
200 g de cogumelos pleurotos
1/2 pimento vermelho
sal limão
óleo

Para o molho
2 dl de molho de soja claro
2 colheres de sobremesa de açúcar amarelo
mais ou menos 4 cm de raiz de gengibre

Corte a carne em fatias muito finas faça-lhes um golpe em cruz. Tempere com pimenta moída na altura.
Lave os legumes e enxugue-os muito bem. Corte a beringela em rodelas com cerca de 1 cm de espessura, salpique-a com sal grosso, regue com um pouco de sumo de limão e ponha a escorrer num coador. Limpe o pimento de sementes e películas brancas e corte-o em tiras largas.

Deite o molho de soja e o açúcar numa tigela e mexa até dissolver. Pele a raiz de gengibre, rale-a, esprema o sumo de limão e junte-o à mistura anterior.
Misture bem e reserve.
Ligue o grelhador e deixe aquecer bem. Passe a beringela por água e enxugue bem.
Pincele a carne com óleo e salpique-a com sal. Coloque os legumes sobre a grelha e a carne na chapa e deixe cozinhar de ambos os lados. Sirva com o molho preparado e acompanhe com arroz branco solto.






                                                    O Tintol da Casa







Mousse de Chocolate da Sofia

200 gramas de chocolate em barra para culinária
6 ovos
6 colheres de sopa de açúcar
125 gramas de manteiga

Separam-se as gemas das claras. Derrete-se o chocolate em banho maria.
Bate-se a manteiga com o açúcar e juntam-se as gemas uma a uma.
Acrescenta-se o chocolate derretido a 2 colheres de sopa deste creme.
Bate-se bem e junta-se o restante creme com as 6 claras em castelo.

Toque especial da Sofia
Põem-se sementes de amêndoas no forno, quando estiverem tostadas, espalhar em cima da mousse.


Podem comer sem receio, a receita não é da Minnie !



sábado, 21 de julho de 2012



                 Paranoid Park- Blake Nelson




Paranoid Park, Blake Nelson, Relógio D'Água, 2006, Lisboa.
Título Original, Paranoid Park, 2006


"Muitos dos melhores skaters vão pra lá, vindos da Califórnia, da costa leste, de todo o lado. Também é assim uma espécie de lugar de encontro para putos de rua. Há uma série de histórias, como aquele skinhead que lá foi esfaqueado uma vez. Por isso é que lhe chamam Paranoid Park. Tem aquele ar perigoso e meio inacabado."(pág. 12)


"Então fiz inversão de marcha e dirigi-me para o Paranoid park. Não sei em que é que estava a pensar. Não estava pronto para ir lá sozinho. Não era suficientemente bom. Mas, fosse porque motivo fosse, foi isso que u fiz." (pág.19)


"(...) E se eu fosse acusado de alguma coisa? Foi uma acidente; mas e se a polícia não visse as coisas dessa maneira? Ou se não tivesse sido um acidente?" (pág.32)


"Iam apanhar-me de certeza. As pessoas iam lembrar-se. Ou será que não?"(pág.42)


"Em novembro já não havia mais referências ao homicídio de Paranoid Park. Já não aparecia na televisão nem nos jornais."(pág.153)


Paranoid Park é um parque de skate frequentado por adolescentes e jovens para praticar suas habilidades de skaters.
É também o cenário de um crime disfarçado de acidente. Ou vice versa.
É a história de como às vezes o culpado safa-se à vontade e com folga à la Mr. Ripley. Sorte?
É um livro tenso, bem escrito e dinâmico. Um drama dos dias de hoje: você que é pai, mãe, sabe o que anda a fazer seu filho adolescente? Se não sabe, deveria.
O narrador, é um adolescente como os outros, estudante, mora com os pais, pratica skate nas horas livres, tem amigos e namorada.
Vai ás vezes ao Paranoid Park que é frequentado por toda a sorte de pessoas, por isso os "betinhos" tem que lá estar por sua própria conta e risco.
O narrador, volta sozinho uma noite ao parque e um acidente trágico acontece.
A narrativa toma um rumo tenso, quase paranóico a partir daí.
O rapaz sem saber como agir, e não tendo firmeza o suficiente para disfarçar a tensão, entra num turbilhão de pensamentos conflitantes, alternando entre picos de coragem e retrocessos.
Sua vontade de contar ao pai, ou á namorada é sempre um fracasso devido ao medo das consequências.
O nervoso miudinho aumenta quando a polícia vai a escola entrevistar os skaters. O detetive Brady torna-se mais presente no cotidiano do garoto, fato esse que vem agravar o stress, uma vez que está sempre a espera de ser apanhado.
Brady paira como uma sombra na vida do garoto, como se soubesse a verdade, mas só quisesse a confirmação, uma confissão.
Sobretudo o adolescente torna-se um ser atormentado pela própria consciência, pelo peso da s=decisão que poderá mudar sua vida para sempre.
Ou segue sua consciência e conta o facto tal qual se passou à polícia, ou cala-se e segue sua vida a espera de ver o que acontece.
E o leitor, o que faria? Seria capaz de conviver com um segredo que o atormentasse pelo resto da vida?


Paranoid Park foi adaptado para o cinema pelo realizador Gus Van Sant, em 2007.