terça-feira, 4 de setembro de 2012


 Mês Patricia Highsmith 

Este Mês aqui no blog as postagens serão sobre vida e obra de Patricia Highsmith, uma pequena homenagem a uma grande escritora. Nem sempre compreendida, mas de uma escrita desconcertante e cruel, uma escrita para poucos. Neste mês, alguns dos seus trabalhos e um pouco de sua vida literária. Não será propriamente uma biografia posto que a biografia de Highsmith  terá sua postagem mais adiante no blog com o livro A TALENTOSA HIGHSMITH e A BEAUTIFUL SHADOW. Boa viagem!

Antes de embarcar na viagem, convém ler uma breve citação de sua biógrafa, Joan Schenkar: "Nenhuma das narrativas de Patricia se presta como leitura para hora de dormir", alerta Joan. "O trabalho dela pertence ao fundo da sacola do Sandman, onde todos os sonhos ruins ficam guardados. Enquanto muito literalmente sua escrita lhe preserva a própria vida, ela de maneira bem figurada nos coloca em risco." 







"Nenhuma das narrativas de Patricia se presta como leitura para a hora de dormir' (Joan Schenkar)
                  Algumas opiniões sobre Patricia Highsmith




Escreveu quase sempre sobre o lado mais sombrio dos homens. Histórias de gente normal que explodem em estranhas e improváveis perversidades. 
As suas histórias perturbam, lançam na perplexidade uma imensa bateria de leitores. Os contos e romances transpiram uma ameaça generalizada e subtil, a sugestão de que as personagens, escudadas em comportamentos socialmente aceites, escondem motivações pouco ortodoxas.
As raízes desta predisposição para escrever sobre o horror disfarçado de normalidade remontam os tempos não muito felizes da infância e adolescência.
Mary Patricia Plangman Highsmith nasceu em 19 de Janeiro de 1921, no estado do Texas. Os pais se separaram cinco meses antes de ela nascer.
Foi criada pela avó materna até os seis anos no Texas.
Muda-se para Nova Yorque com a mãe e o padrasto. A família passa a viver numa pequena casa em Manhattan. Patricia dormia na sala e era obrigada a escutar as inúmeras discussões entre o casal. Encontra refúgio nas obras de Dostoiévsky e Charles Dickens mas há um livro que vai definitivamente marcar sua visão do mundo e consequentemente da sua futura carreira literária:The Human Mind,de Karl Meninger, um estudo sobre "cleptómanos, pirómanos, assassinos em série, retratava tudo quanto pudesse correr mal na mente humana. O facto de se tratar de casos reais tornava-os mais interessantes do que os contos infantis.Verifiquei que essas pessoas tinham uma aparência perfeitamente normal e que também podiam existir à minha volta."
Depois de passar nos exames para a Universidade, decide sair de casa e o seu primeiro emprego é fazer textos para bandas desenhadas, nomeadamente Super Homem e Batman.
No período de 1944 e 1948, Patricia continua a dedicar-se a textos para banda desenhada e escreve inúmeros contos. Começa a escrever Strangers on a Train, e quando o romance vai a meio, a agente artística de Patricia apresenta-o a várias editoras,  recebendo seis recusas de publicação. Truman Capote ajuda-a a entrar em Yado, uma colónia de artistas em Nova Iorque, e aí termina o romance. Finalmente, uma editora compra o manuscrito e publica-o em 1950. Algumas semanas após a publicação, Alfred Hitchcock adquire os direitos de adaptação cinematográfica por 6800 dólares.
Já na Europa,no Sul da Itália,em Positano aluga uma casa e esboça mentalmente o modelo para a figura de Ripley, a sua personagem fetiche.
A idéia ganha forma. finda a viagem européia, dedica-se a desenvolver a história e em 1955 é publicado The Talented Mr. Ripley provavelmente um  dos mais conhecidos romances da autora.
Instalando-se na Europa definitivamente em 1963, viveu em Inglaterra até 1966, mudou-se depois para a França onde ficou até 1982, data a partir da qual escolhe a Suiça para residência definitiva até a morte, em 4 de Fevereiro de 1955.
(adaptado da Revista Grande Reportagem, nº 126,Setembro de 2001)
                                            

Nenhum comentário:

Postar um comentário