quinta-feira, 24 de janeiro de 2013






   Os Elefantes não esquecem- Agatha Christie



Os Elefantes não esquecem, Agatha Christie, Nova Fronteira,17ª edição, 2002, Rio de Janeiro.
Título original- Elephants can Remember, 1972.

" -Minha impressão é de que ela é contra esse casamento.
- Acreditando talvez que a moça tenha  herdado uma predisposição congênita para assassinar o marido, ou coisa parecida?" (pág.25)

"Você seria capaz de descobrir alguma coisa, ajudado por seus fascinantes amigos?
- Eu não os qualificaria de fascinantes - discordou Poirot.-Diria que são curiosos, possuidores de arquivos ou capazes de ter acesso a certos documentos confidenciais." (pág.28)

"Por isso pensei que, nesse caso específico, eu deveria procurar as pessoas que parecem com elefantes. Não existe uma lenda sobre a memória dos elefantes? (pág.30)

"- Está se referindo a Lady Ravenscroft?
-Não, claro que não. Você não lembra da irmã?
- Irmã?" (pág.74)

Ora cá está mais uma trama mirabolante, no bom sentido of course, envolvendo dois detetives já conhecidos do público habituado aos livros da autora.
Temos Ariadne Oliver ( seu alter ego) e Hercule Poirot trabalhando juntos num  caso arquivado há muuuuito tempo, mas que por forças alheias à vontade de ambos, teve que ser reaberto, digamos assim, de maneira privada.
O que se passa é o seguinte:
Ariadne Oliver, em um daqueles almoços nos quais os escritores tem forçosamente que frequentar, é abordada pela senhora Burton-Cox que lhe conta uma história sobre um suposto suicídio do casal Ravenscroft há mais ou menos vinte anos atrás.
O motivo da curiosidade da senhora é que seu filho adotivo, Edmund, em breve casar-se-á com Célia que é filha do casal em questão.
Zelando pelo filho e temendo que os genes herdados possam ter algum prejuízo futuro, a senhora Burton-Cox pede ajuda a Ariadne que por sua vez procura Poirot para descobrir se fora suicídio ou assassinato.
Começa então a caça aos "elefantes", pessoas do passado da família com recordações interessantes sobre o caso.
A narrativa está recheada de bom humor como é típico em Agatha Chrisitie, o que vem equilibrar a balança quando a investigação começa a tornar-se mais tensa.
A caracterização do cotidiano dos personagens (Ariadne e Poirot) nos seus detalhes mais corriqueiros dá a narrativa uma cadência leve, prazerosa, como por exemplo no seguinte trecho:" Há anos a sra. Oliver vinha batalhando com diversos penteados: já tinha usado à la Pompadour; depois, estilo ventania, isto é, todo puxado para trás, deixando à mostra uma testa inteligente, ou pelo menos aparentemente inteligente; depois, todo cacheado e, anos depois todo solto."(pág.9)
Ou este, no qual Ariadne conhece a senhora Burton-Cox:" O momento perigoso, pensou a sra. Oliver com seus botões, quando seria abordada por um estranho que a conhecia perfeitamente ou por um conhecido que ela preferiria que fosse um estranho! A primeira possibilidade se materializou na figura de uma enorme e dentuça senhora, uma mulher que os franceses chamariam "une femme formidable", com todos os defeitos inerentes ao adjetivo. Se ainda não conhecia aquela senhora, aquele seria o momento fatal." (pág.14)

Portanto, com a missão de desvendar o mistério, nossos amigos interessantíssimos seguem adiante com revelações altamente esclarecedoras a respeito de perucas, quatro, por sinal, um cão que morde a própria dona, uma irmã um nadinha passada dos carretos e principalmente, contam com o velho ditado: os elefantes não se esquecem.
Um bom entretenimento, funciona, a meu ver, como um sorbet para preparar o paladar tornando-o livre de sabores já degustados, antes do próximo prato.
Quando venho de uma leitura mais pesada, como Patricia Cornwell, Stieg Larsson, John Franklin Bardin, Stephen King, meu sorbet é sempre uma dose de Os Elefantes não esquecem"
Ah, e ainda não consegui compreender porque este título figura entre os "não melhores" da autora, para mim é tão bom quanto os outros, sem querer lançar um spolier, acho que a história em torno das irmãs é genial, se a autora tivesse se debruçado sobre o tema com mais vagar, certamente teria tido material para um livro dedicado a esta história.
Vão lá conferir!
Boa leitura!
  
Para aqueles que preferem ler o livro no computador, recomendo o blog cujo link está logo aí abaixo....O importante é LER não importa em que formato.
http://baixarbonslivros.blogspot.com.br/2011/09/os-elefantes-nao-esquecem-agatha.html

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