terça-feira, 22 de janeiro de 2013


            Causa Mortis- Patricia Cornwell



Causa Mortis, Patricia Cornwell, Companhia das Letras, 2000, São Paulo.
Título original- Cause of Death, 1998.

" Sou a doutora Kay Scarpetta, legista -chefe, identifiquei-me, mostrando o distintivo de latão que simbolizava minha autoridade sobre qualquer morte súbita, inesperada, inexplicável ou violenta no estado da Virgínia".(pág. 17)

"O sangue de Eddings tinha cheiro de amêndoa amarga, e não me surpreendia que nem Roche nem Danny fossem capazes de senti-lo. A capacidade de sentir o cheiro de cianureto é uma característica feminina recessiva herdada por menos de trinta por cento da população. Eu fazia parte dos raros afortunados." (pág. 47)

"A bíblia dos neo-sionistas ostentava o título de Livro de Hand, pois o autor recebera inspiração direta de Deus e modestamente batizara a obra com seu  nome."(pág.81)

"Causa Mortis" seguramente não é o meu livro preferido de Patricia Cornwell, mas isto explica-se facilmente pela minha falta de interesse sobre temas de terrorismo, espionagem, e coisas relacionadas à Marinha.
Vem da infância, nunca gostei e não será agora na "madureza",como diria Carlos Drummond de Andrade, que vou gostar. Somos o que somos.
Mas o livro não é mau, apenas diferente dos que li até agora, e creio, um pouco diverso do estilo de Cornwell.
Um jornalista é encontrado morto num local onde a Marinha mantém uma espécie de cemitério de navios, aparentemente Eddings morrera afogado, mas a doutora Kay Scarpetta, ao fazer a autópsia, descobre que ele fora envenenado com cianureto através do tubo de oxigênio.
A partir daí as investigações se voltam para a Marinha e para as pessoas próximas ao jornalista, como por exemplo sua namorada.
Um estagiário de Kay, Danny, acaba por morrer enquanto levava o carro da doutora para casa, durante a perícia, descobre-se marcas de calçado no chão do lado do passageiro, os exames laboratoriais revelam urânio radioativo.
Sentido-se culpada pela morte de seu estagiário, Kay prossegue a investigação e vai dar a uma rede terrorista com ligações aos neo-sionistas a qual Eddings estava pesquisando antes de ser envenenado.
Afinal, onde a levará tudo isso?
Quem estaria ligado ao grupo terrorista que por sua vez estava interessado no urânio radioativo para fins ilícitos?
À parte o enredo voltado para a investigação, segue a "soap opera" dos personagens já conhecidos do público habituado a ler Patricia Cronwell, que vai muito bem obrigada, além disso gosto muito quando, numa quebra na tensão da narrativa, Kay vai para a cozinha e prepara seus pratos italianos, ou anglo-italianos, uma vez que sou apaixonada por gastronomia, tanto quanto pelos livros de suspense.
A doutora tem um ótimo gosto para escolha de vinhos e pratos.
" Fiz com que ficassem fora do meu caminho e comecei a medir a farinha de glúten, fermento, um pouco de açúcar e azeite de oliva, misturando tudo numa bacia. Acendi o forno em fogo baixo e abri uma garrafa de Côte Rôtie, para estimular a cozinheira a iniciar o trabalho mais sério. Com a refeição, planejava servir um Chianti." (pág. 61)
Patricia Cornwell até lançou um livro de culinária com as receitas da médica legista, investigadora, advogada, amante, cozinheira e tia mais conhecida do meio literário. 

Confiram no link abaixo que dá para ver algumas partes do livro virtualmente.

http://www.amazon.com/Food-Die-Secrets-Scarpettas-Kitchen/dp/0425193624







Leiam Causa Mortis, e para relaxar, conheçam a cozinha de Kay Scarpetta.
It' all folks!

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