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sexta-feira, 6 de novembro de 2015



    O Essencial de Stephen King- Stephen                  J.Spignesi




O Essencial de Stephen King, Stephen J. Spignesi, Madras, 2003, São Paulo.
Título Original- The essential Stephen King, 2001 USA



" O Essencial de Stephen King é um livro muito importante(...) e esta obra analisa o que eu considero os cem trabalhos mais importantes dos últimos quarenta anos. O trabalho mais antigo aqui data de 1960 ( The thing at the Botton of the well); o trabalho mais recente é de 2001 ( All that you love will be carried away) e O Apanhador de Sonhos" (pág 14)

"KIng é o Poe, o Twain, o Dickens e o Salinger de nosso tempo." (pág. 15)

O Essencial de Stephen King é um livro interessante para quem nunca leu nada do autor.
Para os fãs, é uma forma de se certificarem de que o que acham das obras é partilhado por quem entende do assunto.
Para que nunca leu Stephen King, este é o roteiro perfeito, porque traz um resumo da obra em questão, sua posição no "ranking King", críticas, opinião, curiosidades, entre outros aspectos.
Traz também entrevistas com realizadores, roteiristas, profissionais que trabalharam e trabalham com as obras de King, seja no mundo cinematográfico ou nas traduções de seus livros.
No primeiro lugar entre os cem melhores trabalhos do autor, Stephen J. Spignesi coloca IT, 1986; e em centésimo lugar, posiciona "The Subject This Week Is Cops, 1969.
É um livro de leitura fácil, quase didática, mas ao mesmo tempo estimulante porque faz com que o leitor queira ler as obras por sua conta e risco e tirar suas próprias conclusões.
Muito recomendável.



sábado, 30 de março de 2013



         Livro Completo de Edgar Allan Poe- Shelley
                                                    Costa Bloomfield




Livro Completo de Edgar Allan Poe, Shelley Costa Blomfield, Madras, 2008, São Paulo
Título original- The Everything Guide to Edgar Allan Poe, 2007

" Durante a viagem de Charles Dickens pela América, em 1842, ele expressou o desejo de conhecer o homem que acertara corretamente o fim de seu romance em série, Barnaby Rudge- Edgar Allan Poe. Correu tudo bem no encontro, e os dois trocaram cartas. Dickens esperava encontrar um editor britânico que publicasse Tales of the Grotesque and Arabesque [ Contos sobre o Grotesco e Arabesco], de Poe, e este esperava que Dickens enviasse um texto seu para ser publicado na Graham's Magazine, onde Poe trabalhava na ocasião. Ambas as esperanças foram em vão" (pág.31)

"Edgar Allan Poe é um criptograma intrigante, um enigma, um quebra- cabeças sem resposte. Ele pode ser um personagem de um de seus próprios contos, ou um brincalhão zombando gentilmente dos leitores que ficam enfeitiçados por ele." (pág. 15)

"Voltar dos mortos, retornar da morte presumida,  multidões de ratos, tesouro enterrado, macacos esfaqueadores, corações que batem ensurdecedores- como é possível não gostar disso? Ele nos dá calafrios,. Considerar Poe como um de seus próprios personagens acrescenta mais ao terror, ao misticismo, ao drama. Que mistura de perdas pessoais, de falhas e de esplendor o levaram a criar tais clássicos da literatura americana, como  "O Coração Delator" e "O Corvo"? teria sido sua vida um horror maior do que qualquer coisa que pudesse escrever?" (pág.17)

A primeira vez que tive este livro nas mãos foi em 2009, na FNAC de Braga, sentei-me em um dos confortáveis puffs por lá espalhados e comecei a lê-lo, tive, claro vontade de trazê-lo para casa, porém outras prioridades no que tocava a finanças falaram mais alto e ele lá ficou.
Um ano depois, de volta ao Brasil, trouxe na mala o  arrependimento de não tê-lo trazido comigo.
Acabei por comprar a edição brasileira, mas ainda tenho esperanças de, ano que vem, trazer finalmente a edição portuguesa para a minha biblioteca particular.
Motivo???
A tradução, claro.
Traduções à parte, para quem gosta de Poe e quer conhecê-lo mais de perto, este livro é um bom começo.
Como o próprio subtítulo o diz, o leitor vai conhecer " a vida, a época e a obra de um gênio atormentado".
O livro traz ainda curiosidades sobre o autor como por exemplo sua altura que era uma média de 1.73 m, tem piada porque nas fotos, quase sempre do busto de Poe, dá a impressão de ser um homem de estatura mediana, atarracado, talvez por seu rosto ser anguloso, e a fronte proeminente....
O livro traz uma análise série de seus principais contos, sob o ponto de vista literário, como é óbvio, mas também pelo olho da psiquiatria, o que torna as análises mais completas e interessantes.
A correspondência de Poe com outros escritores da época, a "questão Reynolds", seus amigos inimigos, amores, relação com o álcool, sua profunda paixão pelo universo gótico tudo está seriamente tratado para  esclarecimento  do leitor.
Para além da faceta gótica de Poe, o livro tem um capítulo sobre sua brilhante criação detetivesca, Auguste C. Dupin.
Tal personagem e seu trabalho de estreia, foram os precursores do que hoje conhecemos como romance policial.
O livro indica sites sobre Poe, dentre os quais www.eapoe.org, considerado um dos mais sérios e acadêmicos sites sobre o autor.
Vale à pena conhecê-lo.
Enfim, um livro sério e acessível, uma excelente companhia para as noites frias, um prazer para o conhecimento, uma homenagem a Poe.
Altamente recomendável.


O link para o site:


http://www.eapoe.org/




segunda-feira, 14 de janeiro de 2013



      ELES :
Uma Viagem aos recantos sombrios da mente humana









Sempre me perguntei como pessoas aparentemente normais, são capazes de atos cruéis e hediondos contra outras pessoas, esta pergunta foi aos poucos transformando-se em curiosidade, da curiosidade para um aprofundamento por conta própria no mundo, se é que se pode chamar assim, de seres que tinham já cometido alguma atrocidade, serial killers, bombistas, terroristas, psicopatas, enfim, mentes perturbadas que num momento de suas vidas optaram pelo caminho obscuro e sombrio deixando um rastro de morte e dor até serem apanhados, julgados e condenados. Quando o são, porque há os que nunca foram apanhados, como por exemplo, Jack, the Ripper, e Zodíaco.
O resultado de alguns aninhos de pesquisa, de muita leitura, quero apresentar  aqui no Hello Clarice pelo menos uma vez ao mês, ou mês sim mês não, conforme a vida correr, sem pretensão de uma biografia ou estudo aprofundado, apenas partilhar essas vidas perturbadas com vocês, vê-los mais de perto, saber seus motivos, sua infância, seus atos, seu final.
Para se conhecer o mal de perto, é preciso sair da zona de conforto e arriscar,mesmo com medo seguir o propósito, olhar nos olhos da criatura sem piscar e vê-la como realmente é, e pensar em que ponto da vida começou a queda.

Vê-los como passageiros numa viagem de comboio de Braga ao Porto, conversar com eles, procurar entender, procurar respostas, montar o puzzle, e ver no final que peças defeituosas nem sempre se encaixam.

Apenas uma viagem silenciosa e pausada aos recantos sombrios da mente dessas pessoas que um dia, a determinada hora da manhã, da tarde  ou da noite, entraram no ponto de viragem e não souberam, ou não quiseram mais voltar.
Nossa viagem começa hoje, precisamente, porém o comboio ainda não chegou à estação.
Ele virá e nós cá estaremos a espera de entrar e conhecer nosso primeiro destino, nossa primeira paragem.
Certamente não será uma paragem primaveril e fresca, será inverno, mas quem disse que tudo tem que ser primaveril e solarengo?
Embarquemos, pois, no inverno, porque quem ainda acredita que a vida só passa por campos de flores, pouco conhece de si próprio.
Boa viagem!













domingo, 11 de novembro de 2012




  O Diário de Jack, O Estripador-Shirley Harrison




O Diário de Jack, O Estripador, Shirley Harrison, Universo dos Livros,2012,São Paulo.
Título Original- The Diary of Jack, the Ripper: the chlling confessions of James Maybrick.

"Um pouco além da Riversdale Road fica uma grande casa vitoriana construída com o gentil e avermelhado arenito característico da opulência de Liverpool do século XIX. Foi ali que James Maybrick viveu no final dos anos de 1880,quando os assassinatos de Whitechapel estavam sendo cometidos em Londres.O Diário, supostamente escrito por esse aparentemente insignificante homem de negócios, insinua que ele era o assassino diabólico que tantas pessoas investigaram por muito tempo." Prof. David Canter Do Prefácio (pág.13)

"Ele viveu na casa de número 7 da Riversdale Road no final dos anos 1880"  Prof. David Canter Do Prefácio.(pág.25)

Ora, vamos lá confessar uma coisa: quando vi este livro na estante da biblioteca que frequento, pensei cá comigo: Mais um! 
Porque diga-se de passagem o que mais há pelo mundo literário são livros sobre Jack, o Estripador e seus horrendos crimes não solucionados.
Brilhante este senhor, diga-se de passagem, não quer isso dizer que aprovo os crimes por ele cometidos, mas intriga-me e porque não dizer fascina-me sua inteligência e esperteza desafiando até hoje, século XXI a inteligência e perspicácia de investigadores, escritores, historiadores, psiquiatras, e pessoas comuns. 
Muitos suspeitos, mas...quem foi de fato, Jack, o Estripador?
Já postado aqui no Hello Clarice, o livro "Jack, the Ripper,Case Closed" de Patricia Cornwell, mostrou-nos que possivelmente o pintor Walter Sickert fosse o Estripador de Whitechapel, a autora numa pesquisa intensa, e trabalho forense tenta provar sua tese e não lhe tiro o mérito, porque como já comentei na postagem do livro, se não foi ele, o livro vale pela pesquisa e coerência forense apresentada.
Por falar em pesquisa,enganei-me redondamente quando exclamei para meus botões "mais um!", porque o presente livro, não é um livro qualquer sobre o Estripador. É uma pesquisa muito bem documentada, séria, exaustiva,e de agradável leitura, que me lembra muito, na fluidez da escrita, Kate Summerscale, em "As Suspeitas do Sr. Whitcher".
A história curiosa e interessante do Diário é relatada de forma deliciosa e macia, se é possível usar um adjetivo tão singelo numa livro sobre um psicopata terrível, mas é assim que sinto a escrita do livro, macia...
Desde a forma como ele foi parar às mãos de Michael Barret até sua publicação pela autora, vai uma procissão, mas uma procissão interessantíssima, que nada mais quer do que revelar a história de James Maybrick, sua infância, vida adulta e morte envenenado pela própria mulher,e mais que tudo seu suposto diário,o qual estaria assinado Jack, the Ripper na última página.
Aliás, se James foi Jack,sua morte explica, por exemplo, a interrupção súbita dos crimes. Isto sou eu a "Sherlockar...." rsrs.
Aqui, a tinta das cartas enviadas a Scotland Yard e a tinta usada no Diário é um forte indicador, assim como o famigerado relógio de James, com a frase sinistra "I'm Jack". Já no livro Jack the Ripper, Case Closed, a investigação da tinta usada nas cartas foi crucial.
Como aconteceu com o livro de Patricia Cronwell,o que digo aos leitores é que não sei se James Maybrick foi o nosso assassino.MAS, conhecer sua história,seus hábitos, sua família,a Londres vitoriana em que viveu e supostamente aterrorizou por certo tempo, não nos torna mais pobres, muito pelo contrário.
Porque como diz a autora na Introdução:"Tanto o Diário como o relógio desafiam alguém,em algum lugar, a revelar e explicar o verdadeiro significado do enigmático lema da família Maybrick: Tempus Omnia Revelat [ O Tempo Tudo Revela]. (pág.32).
Aconselho, se me permitem, duas leituras,a primeira como ficção e uma segunda como não ficção. Vão notar uma diferença dentro de si mesmos, na segunda leitura.
Bom Tour!

James Maybrick




A lápide de Maybrick vandalizada no Cemitério de Anfield