domingo, 14 de julho de 2013

A Pousada da Jamaica- Daphne Du Maurier


   A Pousada da Jamaica- Daphne Du Maurier



A Pousada da Jamaica, Daphne Du Maurier, Editorial Presença, 2010, Lisboa.
Título original- Jamaica Inn, 1936


" Era um dia cinzento e frio de Novembro.
  O tempo tinha mudado durante a noite, quando o vento do mar arrastou consigo um cú de granito e chuva miudinha; e conquanto agora passasses poucos minutos das duas da tarde, a palidez do crepúsculo parecia ter descido sobre as colinas, envolvendo-as em neblina." (pág. 9)

" (...) As suas mentes tembém seriam alteradas, animadas de pensamentos malignos, por crescerem entre a aridez do granito, urze ressequida e pedras soltas." (pág.21)

" Acontecem coisas na Pousada da Jamaica que nunca me atrevi a revelar a ninguém. Coisas más. Hediondas." (pág.44)

Cornualha, 1820.
Uma rapariga órfã.
Uma Pousada isolada.
Um tio misterioso e cruel.
Uma tia submissa e amedrontada.
Negócios ilícitos.
Daphne Du Maurier.
Um romance de mistério sem dúvida.
Quando tomo nas mãos o livro a primeira coisa na qual demoro meu olhar é na capa.
Olhem bem.
Se você, leitor tivesse que escolher um quarto nesta Pousada, qual escolheria?
Eu escolheria o quarto da esquerda, acima do rés-de chão.
Imagine-se a viver nesta Pousada.
Isolada do vilarejo mais próximo.
Qual a sensação?
Pois é essa sensação suspensa que reina durante o romance todo.
A própria casa é descrita no romance como um personagem, ela tem vida própria e faz-me lembrar O Morro dos Ventos Uivantes, no papel que as propriedades desempenham na narrativa respectivamente.
Nada de sobrenatural em A Pousada da Jamaica, mas subentendido o mistério, o ranger de tábuas, o isolamento, o medo, a vontade de fugir dali a sete pés.
Apesar de ser um romance bem escrito, como aliás já é certeiro na autora de Rebecca e The Birds, confesso que custou-me a "engrenar" na fluidez da narrativa, encantou-me de início o clima, a descrição da paisagem, da Pousada, e isso bastou para ter a paciência até a narrativa ganhar fluência e depois foi mais fácil.
Para quem gosta de um bom mistério, um bocado de romance ( "bacia"), eis um bom entretenimento.
Para aqueles cuja imaginação vai sozinha com um simples vento na janela, eis uma oportunidade de exercitá-la.
Boa leitura!

O livro foi adaptado para o grande ecrã por Alfred Hitchcock, em 1939


Daphne Du Maurier, na introdução ao livro esclarece que:

" A Pousada da Jamaica é hoje, hospitaleira e simpática, uma casa em que se não servem bebidas alcoólicas, na estrada de trinta e cinco quilómetros entre Bodmin e Launceston.
  Na história de aventuras que se segue, descrevo-a como pode ter sido há mais de cento e vinte anos, e, embora figurem nas páginas nomes de lugares existentes, as personagens e os acontecimentos referidos são inteiramente imaginários.

Bodinnick-by-Fowey, Outubro de 1935.

Olha ela aí:

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