terça-feira, 10 de dezembro de 2013


             A Torre Negra- P.D. James




A Torre Negra, P.D. James, Companhia das Letras, 2004. São Paulo.
Título Original- The Black  Tower, Faber and Faber, 1975.


" Meu caro Adam:
Sei que você deve estar ocupadíssimo, mas gostaria muito que me fizesse uma visita, já que estou com um problema que seus conselhos profissionais talvez possam ajudar a resolver." (pág.14)

" Padre Michael Francis Baddeley,
 Nascido em 29 de outubro de 1896
 Falecido em 21 de setembro de 1974, R.I.P.
 Enterrado na igreja de São Miguel 
De Toynton, Dorset
Em 26 de setembro de 1974." ( pág.24)

" A carta foi datilografada em papel da vila Toynton e na velha Remington, que é usada sobretudo por Grace Willison para bater o boletim trimestral. Ela me pareceu a mais provável candidata. Ursula Hollis só chegou dois meses depois. Essas coisas não são em geral obra de solteironas de meia-idade?" (pág. 107)

Ora aí está mais um belíssimo exemplo de como P.D. James tece uma narrativa de suspense e acrescenta sua pitada gótica para ressaltar o sabor.
Na linha de Morte no Seminário e Mortalha para uma Enfermeira, A Torre Negra" P.D.James, na figura da torre de xisto em um promontório, traduz o sombrio de maneira perfeita, sem beirar ao clichê convencional dos filmes de horror à la Vincent Price.
Mais uma vez o detetive Dalgliesh é levado até uma vila remota, desta vez, à Vila de Toynton a pedido de seu amigo Padre Baddeley que precisava de seus serviços.
Porém o detetive chega tarde demais, e encontra seu amigo já morto e enterrado.
Descobre então que o padre recebera uma carta anônima e que outros membros da Casa de Repouso também as receberam.
Com as sucessivas mortes que vão ocorrendo Dalgliesh associa as mortes às cartas recebidas e as suspeitas recaem sobre os membros da pequena comunidade.
Tendo uma paisagem sombria como fundo, o detetive terá que avançar e recuar várias vezes até encontrar o verdadeiro assassino e seu inesperado motivo.
A questão das cartas anônimas lembra-me um pouco o livro O enigma das Cartas Anônimas de Agatha Chrisitie, (1943), e o que é mais interessante é que em ambos os livros as suspeitas caem sobre uma mulher, solteirona e a máquina de escrever, pertence a um Cube ou Instituto coletivo: " (...) Foram escritas por uma mulher, em minha opinião de meia-idade, e é provável, embora não certo, que não seja casada."
(...) É uma velha máquina do escritório de Mr. Symmington, oferecida por ele ao Instituto das Mulheres, onde, posso afirmar, ela é de muito fácil acesso."(paginas 79 e 80).
Agora releiam o que foi citado na página 107 de A Torre Negra.
A ociosidade nas mulheres solteiras e de meia-idade me parece ser a principal causadora de tais suspeitas, pobrezinhas....
Bem, suspeitas infundadas à parte, a leitura de "The Black Tower" só tem a acrescentar no universo da literatura britânica de suspense.
Para fechar a postagem um trecho pictórico da passagem do detetive pelo velho promotório. Boa leitura. ...

" Agora não havia mais viva alma no promontório; a vila Toynton e as casinhas em volta estavam ás escuras, desertas debaixo do céu carregado. escurecera muito na última meia hora. A tempestade viria antes do meio-dia. A cabeça de Dalghiesh já começara a doer em antecipação aos trovões. Tudo descansava na calma sinistra que antecede que antecede o campo escolhido para a batalha." (pág.307)

Capa da primeira edição de The Black Tower pela Faber and Faber



pela capa original tem-se a ideia perfeita do que aguarda o leitor.

O trailer da mini-série inspirada no livro:



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