Gone, Baby, Gone- Dennis Lehane
Gone, baby, gone, Dennis Lehane, 3ª ed, Gótica, 200, Lisboa
Título original- Gone, baby,gone, 1998
"A cada dia, neste país, vinte e três mil crianças são dadas como desaparecidas" (pág.19)
"Ninguém- nem pais, amigos, autoridades, organizações de cuidados infantis ou centros para pessoas desaparecidas- sabe para onde vão estas crianças. Para campas, possivelmente; para caves ou casas de pedófilos; para vazios, talvez, buracos no tecido do universo onde nunca mais se sabe delas."(pag.19 e20)
"-Sabes como é. Um tipo viu-me na televisão e acha que sou...tipo, uma grande estrela-riu-se. Não é de morrer de rir? Mas pronto, convidou-me pra sair. Ele é giro.
Olhei para a criança no sofá.
-Então e a Amanda? (pág. 436)
Uma criança de quatro anos desaparecida. Uma mãe negligente. Um casal com histórico de pedofilia. Policiais dissimulados. E está o caldo entornado.
"Gone, baby, gone não é simplesmente um policial sobre crianças desaparecidas, pedofilia e famílias disfuncionais.
Faz pensar na velha questão : com quem uma criança estaria melhor? Junto dos pais biológicos levando uma vida de merda(desculpem lá o termo, mas é mesmo assim) ou com pais adotivos com vidas simples e normais?
Quando Amanda McCready, de quatro anos desaparece de sua própria casa, Patrick Kenzie e Angela Gennaro são contratados pelos tios da menina para encontrá-la.
Helene, a mãe da miúda, fazia uma vida noturna bastante agitada,além de envolvimento com traficantes de droga e estar sempre alcoolizada.
O caso do desaparecimento tem grande repercussão mediática, mas depois cai no esquecimento.
A dupla de detetives não desiste das buscas e conta com a colaboração de uma força policial nem sempre honesta.
Uma segunda criança desaparece e a trama complica-se de verdade.
O policial Jack Douglas, Kenzie e Gennaro entram numa espécie de labirinto surreal envolvendo um resgate, uma cinematográfica cena na velha pedreira, uma casa medonha, um corpo de criança.
A narrativa é bem escrita e engendrada, um pouco truncada em determinados momentos, não é um livro tão bom como Mystic River ( em breve no blog), mas lê-se bem.
Quando a história termina, o leitor fica com a sensação desagradável de que nem sempre a missão cumprida é o melhor final. Aliás, o leitor atento já sabia disso o tempo todo, ficava era a torcer para que Patrick voltasse atrás em sua decisão que a ele lhe pareceu correta.
"Gone, baby, gone quando foi lançado em Portugal (2007) coincidiu com o real desaparecimento de Madeleine McCann na praia da Luz, no Algarve.
Também a menina inglesa que completaria quatro anos desapareceu de dentro do apartamento onde estava com mais dois irmãos, enquanto seus pais jantavam em um restaurante do outro lado da rua.
O caso Maddie permanece aberto até hoje, cinco anos depois.
A menina, que agora teria nove anos, ainda não foi encontrada.
O livro, teve sua versão no cinema pelas mãos de Ben Affleck em 2007.Um bom entretenimento, mas não um filme inesquecível.
O trailer do filme
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